Memórias - Cotidiano - A convivencia com outra familia -Parte IV

Genaro aposentou, os filhos de Beth já estavam casados, e o casal foi morar em Minas Gerais, na cidade onde nasceu Genaro.

Durante vinte anos Genaro levava café na cama para Beth, era amoroso, e de vez em quando, tinha uma reviravolta.

Queria ir embora, isso acompanha o desde de menino.

Uma tarde Clara chegou na casa de Beth e Genaro havia desaparecido, procurado pelos cantos da cidade, a policia avisada...

Dez horas depois ele volta pra casa.

Com o passar dos anos foi piorando essa situação, ficava agressivo, aos poucos foi se revelando na frente dos filhos de Beth.

Clara acompanhava o casal, moraram na mesma casa por três anos.

Clara não dava ouvidos quando a ofendia. Mas Beth se enfurecia.

Mae deixa ele...Não ligo, nem revido. Isso passa. Ele pode me chamar de puta pra cima que não ligo...As ofensas eram bravas.

E Beth como mãe não aceitava isso.

Um dia Genaro invocou com o namorado da neta, era a primeira vez que ele ia na casa, deixou um pedaço de ferro atras da casa, a intenção: (acerta-lo), alertado, o rapaz não foi mais lá.

Outro dia foi o irmão caçula de Clara, o mesmo que disse que não deveria mentir.Ele foi falar de religião, os dois eram da mesma. Genaro estava naquele momento transtornado, fez a bíblia que estava nas mãos do rapaz voar longe, com promessa de mata-lo.

Clara também não escapou, ele deixou uma peixeira para quando ela passasse. Mas Clara nesse dia chegou mais tarde do trabalho. E Genaro dormia cedo. Descoberta a arma, foi escondida.

Quando Genaro ficava doente, era Clara que o levava ao médico.

Que levava o casal no sacolão, no super mercado, no veterinário para levar os cachorros...

Como ela nunca revidava, fazia de conta que não acontecia nada, Genaro mesmo ofendendo-a de vez em quando para Beth, não fazia em sua frente. Passava batido esses fatos.

O tempo foi passando, com o tempo os filhos de Beth não ia visitar a mãe, sabia que ela fechava a cara, não cumprimentava.

Agora, Genaro com 85 anos, sua personalidade dobrava em agressividade, tinha ciumes de Beth, ela não podia sair pra ir ao médico.

Já muito doente, problemas na próstata, embora, evitasse, brigava para não ir ao médico.

A família comunicou o fato ao posto de saudê (assistente social), a medica foi na casa...Senhor Genaro, essa ferida no rosto é câncer, o senhor deve ir ao médico, vamos marcar urgente.

Não...Médicos não sabem de nada, vão querer me matar.

Não é assim, vão cuidar disso ai.

A consulta foi marcada, Clara conseguiu leva-lo.

Não doutor, não vou fazer exame nenhum...

O médico disse:

Não posso fazer nada contra a vontade dele, disse para Beth.

Um dia desses Genaro estava muito mal, Clara saiu do trabalho para leva lo ao médico.

A bronca...

Como vocês deixaram ele ficar nesse estado. Medicos e enfermeiros, devido a ferida do rosto.

Não tem condições - disse Genaro (omitindo os fatos), deixaram as com a cara no chão.

Explicado do ocorrido,que ele não queria...Disseram:

Ele é idoso, não tem que querer nada.

Mãe, a gente ainda tem que escutar isso. No prontuario dele no Posto esta relatado tudo.

Não podemos leva lo a força.Não aceitaram quando dissemos como leva -lo.Genaro, vendo que falou demais, deu uma invertida, o mesmo que falou para a doutora:

Os médicos não sabem de nada, vão querer me matar.

A assistente social do posto levou o caso para o judiciário.

Sempre vão a casa de surpresa.

A assistente disse:

A senhora não é obrigada a ficar com ele, foi classificado como idoso violento.Podemos procurar sobrinhos, já que os irmãos também estão com a idade avançada.

Beth disse:

Não, em quanto der para ficar com ele, eu vou ficar.

Continua...

isis inanna
Enviado por isis inanna em 06/05/2018
Reeditado em 06/05/2018
Código do texto: T6329024
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