O gemido na capela
Levantou-se as 05:30 da manhã. Calçou sua pantufa do Grêmio, colocou um cassaco e dirigiu-se a cozinha. Antes, ao passar pelo corredor, abriu a persiana e, do lado de fora o campo de futebol estava coberto pela geada. Colocou a água no fogo para preparar o café, enquanto água esquentava tratou de colocar a mesa. Vez ou outra bocejava. Ouviu um barulho vindo da capela. O padre acordara e fora preparar a capela para a missa de logo mais. Depois de tudo preparado, dirigiu-se à capela. O relógio na entrada marcava 06:00. O padre já estava paramentado no altar e, os outros seminaristas já estavam todos em seus lugares. Foi o último a chegar. Era o mês de julho e, um dos meses mais frios nos últimos cinco anos na serra Gaúcha. Primeiro rezaram as Laudes juntamente com a missa para em seguida terem um tempo de adoração, antes do café.
A missa e as laudes terminaram. O padre expôs o Santíssimo. Permaneceram em adoração pessoal. Vez ou outra se ouvia bocejos. Ao começar o momento, fechou os olhos para melhor se concentrar; ajeitou-se de forma confortável na cadeira. Lembrou-se do sonho erótico que tivera a noite; começou a cochilar e a sonhar. Sem perceber saiu do real, entrou no fictício, estava no sonho da noite anterior: a jovem da paróquia corria em sua frente, ele a perseguia. Pela tantas consegue alcançá-la. Ela era linda, pele branquinha como a geada, rosto corado como um tomate e cabelos loiros como uma plantação de trigo. Depois de abraçá-la, trocam olhares e beijos; derruba-a no chão e os dois rolam pelo gramado. Era no campo do seminário. Em uma tarde de domingo nas férias, ele se encontrava só no seminário; todos os outros colegas, inclusive o padre, estavam de férias. Subiram para a seu quarto. Entre beijos e carícias se despiram. — Começou a se contorcer na cadeira e ficou sob olhares desconfiados, de vez em quando passava a mão sobre a roupa na parte da frente. Despiram-se e começaram a fazer amor, a moça lhe dava beijos na face, no pescoço — e ele passava a língua nos lábios. A moça sob em cima e, ele sente penetrando em algo quente. — Os olhares não cediam. Depois de um forte suspiro, onde já não sabia o que era sonho ou realidade, solta um gemido forte e alto de prazer. Nessa hora, os olhares se reverteram em gargalhadas. Abriu os olhos vermelhos assim como a cara de vergonha. E a adoração...bem, terminou aí mesmo.