A tarde cai.
Mais uma vez, a peonada se reúne no alpendre para ouvir moda de viola.
Tírú-lírú-lírú, lírú- lírú lírú-lão. Tírú-lírú-lírú, lírú-lírú lírú-lão:
A seca de 32 não foi culpada sozinha, porque desde 27
que ano bom já não vinha...
— Meu cravo, quero ouvir Saudade de Mirabela!
— Sim. Mas, primeiro toco meu amor por você.
— Qual?
— Tristeza do Jeca:
Tírú-lírú-lírú, lírú- lírú lírú-lão. Tírú-lírú-lírú, lírú-lírú lírú-lão.
Nestes versos tão singelos. Minha bela, meu amor.
Pra você quero contar. O meu sofrer e minha dor...
— Quem é o cantor? Quis saber Pururuca.
— Num tá vendo que é o coronel, respondeu Turíbio Medonho.
Generoso riu em estrondosa gargalhada, e não pôde segurar o berro, quando a barriga subindo e descendo, chacoalhou. E a coalhada chacoalhada, respondeu com um trovão abafado: “A fôôôn so..." Corina beliscou as costas do coronel: “Meu cravo, não leve a Tristeza do Jeca para debaixo das cobertas”. Os meninos riram. E um deles disse em voz alta: “Foi o coronel quem peidou.” Tunico Oliveria tentou consertar o vexame, e acrescentou: “Pururuca queria saber quem compôs Tristeza do Jeca. Não tenho certeza, mas deve ser Angelino de Oliveira, meu parente distante.”
— Né isso não. O menino está certo — emendou Pururuca — Se ele não aponta o responsável, a culpa do pum caia em mim.
Houve uma trovoada de risos. E Pai Luís deixou cair a dentadura na xícara de café.
— Inté outro dia, patrão.
— Até..
Vaqueiros e agregados tomam o caminho de casa e levam no ouvido o aboio de Patativa do Assaré, que Generoso tocara para fechar as cortinas de mais uma noite de viola à luz do luar:
Êeee vaca estrela, ôoooo boi fubá...
***Mais uma vez, a peonada se reúne no alpendre para ouvir moda de viola.
Tírú-lírú-lírú, lírú- lírú lírú-lão. Tírú-lírú-lírú, lírú-lírú lírú-lão:
A seca de 32 não foi culpada sozinha, porque desde 27
que ano bom já não vinha...
— Meu cravo, quero ouvir Saudade de Mirabela!
— Sim. Mas, primeiro toco meu amor por você.
— Qual?
— Tristeza do Jeca:
Tírú-lírú-lírú, lírú- lírú lírú-lão. Tírú-lírú-lírú, lírú-lírú lírú-lão.
Nestes versos tão singelos. Minha bela, meu amor.
Pra você quero contar. O meu sofrer e minha dor...
— Quem é o cantor? Quis saber Pururuca.
— Num tá vendo que é o coronel, respondeu Turíbio Medonho.
Generoso riu em estrondosa gargalhada, e não pôde segurar o berro, quando a barriga subindo e descendo, chacoalhou. E a coalhada chacoalhada, respondeu com um trovão abafado: “A fôôôn so..." Corina beliscou as costas do coronel: “Meu cravo, não leve a Tristeza do Jeca para debaixo das cobertas”. Os meninos riram. E um deles disse em voz alta: “Foi o coronel quem peidou.” Tunico Oliveria tentou consertar o vexame, e acrescentou: “Pururuca queria saber quem compôs Tristeza do Jeca. Não tenho certeza, mas deve ser Angelino de Oliveira, meu parente distante.”
— Né isso não. O menino está certo — emendou Pururuca — Se ele não aponta o responsável, a culpa do pum caia em mim.
Houve uma trovoada de risos. E Pai Luís deixou cair a dentadura na xícara de café.
— Inté outro dia, patrão.
— Até..
Vaqueiros e agregados tomam o caminho de casa e levam no ouvido o aboio de Patativa do Assaré, que Generoso tocara para fechar as cortinas de mais uma noite de viola à luz do luar:
Êeee vaca estrela, ôoooo boi fubá...
Adalberto Lima, trecho de "Estrela que o vento soprou."
Arte da imagem: Cristina Varão.