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AULA DE MINEIRÊS, 13
Recapitulando
Recapitulando
O homem falou que sim, ele faria algumas perguntas, mas coisa que qualquer menino daqueles dias saberia responder. Voltaram e ele já entrou no escritório do prefeito apresentando o inspetor Genivaldo e conforme o combinado antes pediu licença, saiu e trancou a porta deixando a sós os dois figurões.
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O prefeito querendo se fazer de importante já foi logo falando, Inspetor ieu sei cu sinhô tem um trabaio pa fazê ca na nossa cidadi, mas tumem sei cu meu secretáro já deu procê um agradim qui nóis comprô e pidiu procê da uma ajuda pra nóis nessi casu, oia ieu tenhu mais um agradu procê, vô ti da quinhentus mirreis mordi cê dexá quetu essi trem ca upusiçãu aprontô cunóis qui é da situaçãu, só quessi dinheru e du meu borsu i ieu fiz essi arricibu aqui ó, procê assiná ieu fiz di um contu de reis, mordi qui u sinhô sabi, só vô arrecebê essi dinheru daqui uns seis mêis isntoncis tenhu di levá arguma vantagi né?
O inspetor Genivaldo estava se rachando de rir por dentro de tanta felicidade, quinhentos mil-réis era vinte vezes o que ele ganhava por mês do estado, para ser inspetor do colégio Barão de Piranhães e por aquela grana ele era capaz de ensinar os meninos da escola até se formarem, mas quem disse que ele ia entregar a rapadura assim, nana nina, ele era ali alguém importante e tinha de mostrar isto. Assinou o recibo, agradeceu e disse, o estado paga muito pouco, e por isto vou aceitar seu agrado e ver o que eu posso fazer para ajeitar as coisas, mas espero que a professora tenha preparado bem os alunos. Perguntou para que lado ficava a escola e de posse da informação, despediu-se do prefeito e se dirigiu no seu carro na direção indicada.
O secretário já havia corrido até a escola e avisado à professora que agradeceu e ele deu um jeito de sumir de perto da escola, ela mandou embora os alunos mais fraquinhos e ficou nervosa esperando o inspetor. Quando viu o belo automóvel encostar defronte à casa da escola seu coração gelou, suas pernas tremeram e ela só não chorou, porque tinha que dar exemplo e coragem aos seus alunos, aguardou a chegada do figurão e quando ele subiu os três degraus da escada ela estava no topo com as duas mãos estendidas o convidando a entrar e num gesto gracioso sorriu lhe dando as boas vindas escorregando nas palavras sem, no entanto ver qualquer demonstração do homem de desaprovação.
Ela disse, seja bem vindu, o sinhor num repara nas humirdadi da nossa iscola pruquê ela é pobre, mais nóis tem muito amô purela. O inspetor pensou pela professora da para saber mais ou menos com são os seus alunos, mas o calor do dinheiro no bolso e a lembrança do porco que ele ia saborear o fizeram ser condescendente, apenas respondendo o cumprimento e dizendo que sua permanência seria breve, quando então se dignou a olhar à classe.
Os alunos sentados, estavam limpos embora sem uniformes, a um olhar da professora os garotos se levantaram e o saudaram com um sonoro bom dia pru sinhô. Ele educadamente respondeu e mandou que se sentassem. Depois de acomodados ele tossiu para limpar a garganta e fez um, prelúdio do que seria seu trabalho ali. Quando se deu por satisfeito, dirigiu-se à professora pedindo autorização para iniciar a sabatina e ela concordou apenas pedindo para dirigir algumas palavras aos alunos e esperta disse:
Para num da muito trabaio pru isnpetô, conde ele fizé a pregunta, “mudou de prigunta para pregunta” o alunu qui súber si levanta logu e respondi mordi eli é um cavaleiro muito ucupadu “quase acertou” e seu tempu vali oru. Aí até mostrando mais segurança fez um gesto com a mão direita estendida em direção à classe e disse; as ordes inspetô. Os alunos estavam confiantes, o inspetor dissera que faria perguntas simples e eles aguardavam.
Ele fez à primeira ressaltando, vamos ver como estamos de geografia: Quem pode me dizer em que região está situado o estado de Minas Gerais? Os espertos, um esperou pelo outro e ninguém se decidia, como o mais sabido era o Broinha, mesmo não sabendo bem como responder, sentiu que era sua a responsabilidade e se levantou, Oia sô inspetô, aqui im Mina Gerais a maioria fica é ca religião catórica mermu, crente tumem tem, mais catórico é muitu mais. O inspetor Genivaldo já ia xingar um “puta que o pariu”, mas se conteve, coçou a cabeça e relevou dizendo ao Broinha pode se sentar.
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O prefeito querendo se fazer de importante já foi logo falando, Inspetor ieu sei cu sinhô tem um trabaio pa fazê ca na nossa cidadi, mas tumem sei cu meu secretáro já deu procê um agradim qui nóis comprô e pidiu procê da uma ajuda pra nóis nessi casu, oia ieu tenhu mais um agradu procê, vô ti da quinhentus mirreis mordi cê dexá quetu essi trem ca upusiçãu aprontô cunóis qui é da situaçãu, só quessi dinheru e du meu borsu i ieu fiz essi arricibu aqui ó, procê assiná ieu fiz di um contu de reis, mordi qui u sinhô sabi, só vô arrecebê essi dinheru daqui uns seis mêis isntoncis tenhu di levá arguma vantagi né?
O inspetor Genivaldo estava se rachando de rir por dentro de tanta felicidade, quinhentos mil-réis era vinte vezes o que ele ganhava por mês do estado, para ser inspetor do colégio Barão de Piranhães e por aquela grana ele era capaz de ensinar os meninos da escola até se formarem, mas quem disse que ele ia entregar a rapadura assim, nana nina, ele era ali alguém importante e tinha de mostrar isto. Assinou o recibo, agradeceu e disse, o estado paga muito pouco, e por isto vou aceitar seu agrado e ver o que eu posso fazer para ajeitar as coisas, mas espero que a professora tenha preparado bem os alunos. Perguntou para que lado ficava a escola e de posse da informação, despediu-se do prefeito e se dirigiu no seu carro na direção indicada.
O secretário já havia corrido até a escola e avisado à professora que agradeceu e ele deu um jeito de sumir de perto da escola, ela mandou embora os alunos mais fraquinhos e ficou nervosa esperando o inspetor. Quando viu o belo automóvel encostar defronte à casa da escola seu coração gelou, suas pernas tremeram e ela só não chorou, porque tinha que dar exemplo e coragem aos seus alunos, aguardou a chegada do figurão e quando ele subiu os três degraus da escada ela estava no topo com as duas mãos estendidas o convidando a entrar e num gesto gracioso sorriu lhe dando as boas vindas escorregando nas palavras sem, no entanto ver qualquer demonstração do homem de desaprovação.
Ela disse, seja bem vindu, o sinhor num repara nas humirdadi da nossa iscola pruquê ela é pobre, mais nóis tem muito amô purela. O inspetor pensou pela professora da para saber mais ou menos com são os seus alunos, mas o calor do dinheiro no bolso e a lembrança do porco que ele ia saborear o fizeram ser condescendente, apenas respondendo o cumprimento e dizendo que sua permanência seria breve, quando então se dignou a olhar à classe.
Os alunos sentados, estavam limpos embora sem uniformes, a um olhar da professora os garotos se levantaram e o saudaram com um sonoro bom dia pru sinhô. Ele educadamente respondeu e mandou que se sentassem. Depois de acomodados ele tossiu para limpar a garganta e fez um, prelúdio do que seria seu trabalho ali. Quando se deu por satisfeito, dirigiu-se à professora pedindo autorização para iniciar a sabatina e ela concordou apenas pedindo para dirigir algumas palavras aos alunos e esperta disse:
Para num da muito trabaio pru isnpetô, conde ele fizé a pregunta, “mudou de prigunta para pregunta” o alunu qui súber si levanta logu e respondi mordi eli é um cavaleiro muito ucupadu “quase acertou” e seu tempu vali oru. Aí até mostrando mais segurança fez um gesto com a mão direita estendida em direção à classe e disse; as ordes inspetô. Os alunos estavam confiantes, o inspetor dissera que faria perguntas simples e eles aguardavam.
Ele fez à primeira ressaltando, vamos ver como estamos de geografia: Quem pode me dizer em que região está situado o estado de Minas Gerais? Os espertos, um esperou pelo outro e ninguém se decidia, como o mais sabido era o Broinha, mesmo não sabendo bem como responder, sentiu que era sua a responsabilidade e se levantou, Oia sô inspetô, aqui im Mina Gerais a maioria fica é ca religião catórica mermu, crente tumem tem, mais catórico é muitu mais. O inspetor Genivaldo já ia xingar um “puta que o pariu”, mas se conteve, coçou a cabeça e relevou dizendo ao Broinha pode se sentar.