Ladrão de galinhas...

Não era um reino distante, e sim um passado ausente,

posso até descrever como um tempo romântico onde

poucos que vivenciaram, comparam com o tempo atual.

_ Hoje fui eu o premiado, o ladrão roubou uma galinha

poedeira e dois galos de briga e ninguém viu o gatuno.

Conversavam os dois senhores vizinhos, entre a cerca

de taquara que fazia a divisa de suas chácaras.

_ Semana passada o ladrão roubou algumas galinhas

da dona Rita, a casa dela é bem próxima da linha do

trem e quando ele passa não não se escuta nada mais

além do barulho do trem, talvez o ladrão que só rouba

à noite usa como escudo para seu proveito, e como de

costume só se nota falta das galinhas no dia seguinte.

Sinto falta deste ladrão de galinhas hoje, explico! Meio

século atrás ele era uma pessoa já de meia idade, que

invadia os quintais que tinham galinheiros, geralmente

à noite, provavelmente de madrugada onde as penosas

estavam dormindo, as colocavam dentro de seu saco de

estopa e furtivamente caminhava pelas ruas de terra

batida sem nenhuma iluminação.

As ruas não tinham câmeras, não tinham celulares para

uma possível identificação do suspeito, e nem chips com

com localização introduzidos na pele das galinhas.

O ladrão de galinhas por sua vez, roubava para alimentar

a família ou lucrava com a venda. Nesta época de glória

era o único crime de vilarejos que aconteciam.

Até que um político viu uma maneira de lucrar com isso,

aprovaram uma lei que qualquer indivíduo em proteção ao

seu patrimônio tinha o direito de tirar a vida do ladrão se

ele invadisse sua casa. E rapidamente este político virou

empresário,montou uma fábrica de armas de fogo... o

resto da história a própria história foi contada e continuará

sendo contada. Assim sinto falta do apenas ladrão de

galinhas.

Novaes Viva Mocidade
Enviado por Novaes Viva Mocidade em 14/11/2017
Código do texto: T6172000
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