TIO JOÃO
TIO JOÃO
Meu tio João não era louco, ficou. Foi a morte do seu cavalo tordilho, que o deixou assim, cavalo bonito, marchador, em todas as festas fazia bonito, era a sua paixão, para ele era um carro de luxo. Por uma razão que ninguém soube explicar, o seu cavalo morreu, foi uma tristeza profunda, entrou em depressão. Os dias se passaram tio João cada vez pior, ninguém compreendia a sua dor, meus avós e tios com ele brigava, pedindo que fosse trabalhar, por ignorância não o compreendia, não oferecia ajuda.E depois de tantas brigas, tio João tomou uma decisão: enrolou em uma coberta e foi morar no mato, só aprecia na hora do almoço, minha avó percebendo que tio João não queria contato com ninguém, colocava o prato de comida em cima da fornalha e saía, entrava, comia, tomava um copo de água e voltava para o mato só voltando à noite, quando todos já estavam dormindo, minha avó deixava e fogo aceso para que ele esquentasse a sua comida, jantava, ia dormir, quando amanhecia, voltava para o meto. Assim foi passando o tempo, tio João cada vez mais louco, a saúde foi perdendo, adoeceu, voltou para a casa, sendo cuidado pela minha vó e irmãos, morrendo dias depois, tio João descansou o seu fardo, sendo enterrado num lugarejo chamado Coqueiros, a sua morada definitiva.