= Dependência =
Avisou que no dia seguinte viria me visitar.
Nossa! Tanto tempo não nos víamos que nem sei contar.
Até brinquei dizendo que "quem é vivo sempre desaparece".
Que por tão nobre gesto (a visita) elevaria aos céus uma prece.
Porém quando chegou não disse sequer um Oi, ou um Olá.
Quase imperceptivelmente balbuciou um: - Como vai?
Estava pálida, com falta de ar, parecendo que ia desmaiar.
Acomodei-a numa poltrona, servi-lhe um pouco de água...
Comecei a abanar. E nada dela melhorar...
Ai meu Deus, venha me ajudar! - pensei.
Será que essa peste escolheu logo aqui para vir morrer?
Suas mãos trêmulas, suadas, seguravam um celular.
Já num fiozinho de voz ela conseguiu me falar:
- Beto... Por favor!... Cê pode me dizer a senha do seu "uaifai"
Já faz quase meia hora... que... que não consigo me conectar...
Ufa!!!
= Roberto Coradini { bp } =
28//08//2017