Dona Santinha.
Dona Santinha.
Vivia em um pequeno lugarejo, não muito longe daqui e nem muito perto uma senhora de divinos modos.
Não havia posto de saúde, dentista era quinzenal e a população necessitada aparecia.
Nascimento era feitos por uma parteira, desbocada, diga-se de passagem.
Assim vivia o povo desse lugarejo. O Padre visitava a pequena capela aos Domingos e dias santos. Pouco comparecimento.
Criança que ficava com diarreia ou coriza, barriga inchada, olhos vermelhos, delírios noturnos e todos os males que possam pensar só havia uma solução: Dona Santinha.
Com sua sensibilidade e carinho conquistava os que assim precisavam de seus préstimos.
Cabelos colados na cabeça e um coque era a sua marca registrada, sempre de longas saias que cobriam as suas pernas e o lenço de cor branca seu costume.
Mesmo com idade avançada nunca usou óculos e sua diversão era ler o Almanaque Abril, pouca leitura.
Pois bem, essa senhora era sempre consultada para os mais diversos problemas da infância dos pequenos moradores.
Colocava o necessitado no colo e com a mão direita e um galho de arruda molhado com uma água com sal grosso fazia a sua reza baixa e incompreensível, coisa mágica.
Nesse gesto simples e sincero aliado a fé das mães aflitas todos fica boa de um dia para outro.
Com esses procedimentos era a mais querida do lugar, não havia ninguém que um dia não tivesse recebido a graça que vinha através de suas mãos generosas.
Essa é uma simples homenagem de alguém que um dia com alucinações teve a sua cura concebida por Dona Santinha.