APERTA QUE ELA PEIDA

APERTA QUE ELA PEIDA...

Antigamente tudo era muito difícil...

Eu trabalhava como representante de venda de um grande cerealista, viajava por todo o interior do estado, vendia durante o dia e com muito custo telefonava ao final do dia para empresa anotar o pedido.

Naquela época não existia PABX, fax, celular, computador e outras facilidades dos dias de hoje. Uma ligação telefônica dentro do município podia demorar ate vinte minutos para ser completada.

Uma vez por mês, todos os representantes viajavam para a capital onde ficava a matriz da empresa para fazermos os acertos de contas, diárias e relatórios. Ficávamos sempre hospedados no mesmo hotel, todos juntos, mas cada qual em seu quarto.

Era um hotel simples, mas bem limpo e com um belo café da manha. Não tinha telefone, nem frigobar, nem ar condicionado e nem TV no quarto, apenas uma grande que era em preto e branco no salão de café. Tinha uma mesa com uma cadeira, uma bandeja com dois copos e uma moringa com água, uma cama de solteiro com um criado mudo ao lado, dentro da gaveta uma bíblia.

Nos quartos da frente, todos os apartamentos tinham uma sacada e no verão, abríamos a porta da sacada para refrescar. Eu sempre levei minha maquina de escrever e meu ventilador de mesa, porque quando não era dos primeiros a chegar pegava os quartos do fundo que não tinha sacada e o calor nos dias de verão era insuportável.

Em um destes dias de muito calor estava com a sacada aberta, já tarde da noite, o silencio das ruas já era notado, quando escuto vindo do quarto imediatamente acima do meu uns gemidos, uns gritos a cama antiga rangendo, não tinha outra historia, meu colega do quarto de cima estava com a porta aberta e fazia sexo com alguém ou estava com prisão de ventre.

Por mais que tentava me concentrar nos relatórios que datilografava, sempre perdia o fio da meada assustando entre um grito e um gemido. Após vários minutos a intensidade da volúpia aumentou e não tive duvidas, me dirigi ate a sacada e gritei a plenos pulmões... “Aperta que ela peida”.

Deve ter resolvido, porque na mesma hora parou os gemidos e os gritos. Parece que todos no hotel estavam com a sacada aberta e ouvindo a opera sexual, porque todos os hospedes caíram na gargalhada... Meu amigo não sei não, deve ter falhado, nem desceu para o café.