ESTRIPULIAS

ESTRIPULIAS

A casa onde morava era grande, cujo nascimento se dera um dia depois de mudar para ela, casa de vários cômodos, típica casa de fazenda. Era sítio, herança da família, nesse lugar e arredores aprontou tudo o que pôde e quis, às vezes sozinho ou acompanhado de outro pestinha.

Desde cedo tomou gosto pelos livros, frequentava a escola nos dois turnos, tamanha era o gosto pelos estudos. Os livros eram puro encantamento e continua sendo até hoje, ficou deslumbrado quando ganhou do seu irmão mais velho o livro “As mais belas histórias”, livro de contos universais, cujo conto Ali Baba e seus quarenta ladrões era de longe o preferido.

Era o persona non grata da vizinhança e arredores, onde dedos e olhos eram apontados.

Certa vez chegando em sua casa, uma senhora conhecida da família, de uma localidade mais distante que pediu um copo de água, e a ele foi pedido que buscasse a água, a trazendo em um copo de alumínio, de imediato sua mãe percebeu a traquinagem, o copo estava amarelo, era xixi, sua mãe desfez o mal feito, dando um desculpa, indo providenciar outro copo de água, quando a visita foi embora, foi aquela surra.

Como de costume todo ano seu pai comprava foguete para homenagear Nossa Senhora Aparecida, comprou duas caixas e as colocou por cima do guarda-roupa ao lado da cama de casal, como não deixava nada quieto, pegou um foguete e acendeu, ficou apavorado, morria de medo de foguete, não hesitou, colocou debaixo do colchão vindo a estourar, causando barulho e buraco enormes. Escondeu em um chiqueiro de porco, vindo a ser encontrado pelo seu irmão já meia-noite, desta vez não apanhou.

Era contumaz em colocar cachorro nos gatos, certa vez os cães estraçalharam uma gata, teve muito remorso, cuidando por vários dias e torcendo pela recuperação da gata, para o seu alívio a gata não morreu.

Certa ocasião a sua professora, que não era mais a sua irmã, teve que faltar, indo substituí-la sua irmã, unindo a outro pestinha, quando do término da aula, puseram a jogar pedras nela e seus irmãos que estudavam na mesma escola, tiveram que correr muito para não serem atingidos pelas pedras, não sei porque desta vez seus pais não ficaram sabendo, então não teve surra.

Fazia xixi nos outros, colocava cocô na boca dos outros e sem falar nas outras coisas impublicáveis. O tempo passava, crescia, foi tomando juízo e recuperando o seu conceito diante dos vizinhos, tornou-se adulto indo enfrentar um novo mundo que se apresentava, era preciso.

Geovane Morais
Enviado por Geovane Morais em 19/04/2017
Código do texto: T5975290
Classificação de conteúdo: seguro