DÍLSON e EU. PARTE 15

Recapitulando
 
     Sou tímido, pensei em protestar, mas fiquei calado. Quando abriu já foi logo olhando e tirando do banco de trás dois rifles, dois revolveres colt quarenta e cinco, duas facas, dois facões e uma azagaia. Perguntou: - onde está a dinamite meliante? Responda por que a casa caiu. O delegado falou: Está preso em nome da lei, algeme o marginal sargento, vai ter muito que explicar na delegacia. Choraminguei:- Autoridades, estas coisas não são minhas são do mestre conde Dílson, pra que eu fui falar.
 
SEGUE.

- Sim delegado falou o sargento, Esta picape está com placa daqui e já vi o Conde dirigindo-a, agora estão claro, estas armas tem nas capas o brasão dos Ferreiras, estes marginais devem ter sequestrado o conde, matado e ainda pensavam em roubar o banco. – O delegado respondeu é verdade e se dirigiu a mim, fale marginal, onde escondeu o corpo? Responda ou vai ser é linchado por esta turma que está chegando, nestas alturas estávamos rodeados de pessoas com cara de raiva, e já ensaiando palavras de ordem: - lincha, vamos enforcá-lo, lincha, amarre na picape e arraste pelas ruas até morrer.

     E o sargento me pegou pela nuca com dois dedos que mais pareciam alicates dizendo: - responda meliante, como matou o conde, onde jogou o corpo, Já pegou prisão? Eu pensei, nunca mais viajo. Toda vez estes caras tem de implicar comigo. O gigantesco sargento armou um telefone no meu ouvido com a mão espalmada e só fechei os olhos e esperei a tapa.

     Nisto ouvi a voz abençoada do Conde Dílson perguntando - o que está havendo aqui? Os policiais surpresos gaguejaram, e depois de alguns segundos disseram que estavam brincando comigo por terem percebido que eu não era da cidade. O mestre Dílson pediu desculpas por mim dizendo: - Mineiros são meio complicados, mas este é gente boa e meu amigo, está passando uns dias comigo e se verem ele por aí cuidem da sua segurança, por favor.

     Os dois falaram ao mesmo tempo: - Pode deixar Conde, agora ele é da cidade, ouviu mineiro, agora é nosso irmão, tá com o Conde está com Deus. Tentei protestar, mas o sargento ainda com os dedos na minha nuca apertou e quase mijei nas calças. Mestre Dílson perguntou se dirigindo Amim: - tudo bem Trovador? Olhei com raiva para os dois policiais, mas achei mais prudente relevar aquela situação: - Tudo bem mestre os rapazes estavam apenas tentando descobrir se eu era valente.

     - E aí delegado o homem é valente? Perguntou o Conde. O delegado respondeu rindo: - acho que não, andei sentindo uma catinga de cocô por aqui, o sargento me levantou pela nuca e bateu nas minhas costas uma tapinha amistosa, só tossi duas vezes e ele disse: - Bom senhor este mineiro, releve a nossa brincadeira viu seu Trovador? Falei: - Sim senhor pode deixar.
     
     O mestre entrou na picape e eu quase pulei dentro dela. Aí dei falta da viola e vi na esquina um cara apressado fugindo com ela gritei para o sargento e El arrancou o revolver e apontou para o infeliz dizendo: - volte aqui ou morre, o homem voltou e o delegado tomou a viola dele me entregando pela janela da picape dizendo: - Pode deixar seu Trovador, vamos dar um corretivo nele. Pensei em pedir pra eles não fazerem isto, mas desisti. Mestre Dílson arrancou a picape e fomos pra a marina...

Xiii está ficando muito grande de novo, depois volto.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 16/03/2017
Reeditado em 16/03/2017
Código do texto: T5943229
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