= E lá no pasto daquela fazenda... =
Na espectativa e na ansiedade da sua primeira vez.
Lá está ela toda dengosa e formosa, a famosa Eguinha Pocotó.
Destinaram-lhe para ser seu par um baixinho orelhudo muito do marrento.
Que já chega contando vantagem dizendo que com ele, por dia, são no mínimo três.
Tentando ganhar algum tempo e coragem ela lhe pede que espere um momento.
Está assustada, não sabe quem é maior, se o nanico ou seu "instrumento".
Fecha os olhos, e logo na primeira investida dele, solta lágrimas e um lamento
Que ele nem ouve ou finge não ouvir e continua com tudo no seu intento, o portento..
Ela reclama: - Não é possível isso estar acontecendo. Tô falando com o vento?
O baixinho parecendo possuído pelo capeta continua firme e célere nos movimentos.
Ela cria coragem, abre os olhos, olha para trás e pede novamente, encarecidamente:
- Mais devagar querido! Dê uma acalmadinha. De mim tenha peninha!
Por favor! De mim tenha dó! Você parece que não tem sentimentos!
- Dó? O que é isso? Sabe de nada, inocente! Vaí vendo!
Peninha, fique tu sabendo, eu não tenho nem da minha mãezinha!
Responde impassível e insensivel o impossível e impulsivo Catra, o Jumento.
Agora finalmente e felizmente para ela, mais lento...
= Roberto Coradini { bp } =
29//01//2017