Distraiu-se vagando, pensando na mulher que deixara em Montes Claros, de favor, na casa do pai dele. Daí muitas horas de espera, a chama  mostrou-se  agitada. Pulava desesperadamente, de um para outro lado da gaiola. E quando ele reparou direito. Sentada sobre as patas traseira, uma onça preta, de cócoras, humilde,  feito cachorro pidão, espiava  a araponga pular. Também de cócoras, ele  estava. Levantou-se. Deu três pulos de tiziu: Subia e gritava. Descia. Subia e  gritava...No último grito, a onça abanou o rabo e saiu devagar, como se dissesse: ‘Tive medo não! Tô de barriga cheia.’  
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Adalberto Lima - trecho de Estrada sem fim...