Da lua, da estrela e de um certo mal

Violeta sabia das noites escuras por vir e não queria apegar-se ao desespero, embora fosse o único sentimento que lhe sobrara. Ela sempre foi medrosa mas incrivelmente sobrevivia a todos os seus pesadelos. Coragem nunca foi ausência do medo, afinal. Sabia que não poderia mais ir sozinha a partir dali mas faltava ainda enfrentar a dificuldade em pedir ajuda e de certa forma voltar atrás. Voltar para o seio, em certas situações, não deixa de ser um pedaço de desventura.

Já havia lutado tudo.

Andou pela casa toda naquele dia. Mentalizou a pequena grande força que dormia no quarto ao lado e deu seu passo. Como tudo que morre, viu alguns momentos de sua vida passar diante dos olhos de metade do seu coração. A metade viva prevaleceu. Muniu-se de tudo que lhe importava e foi com medo mesmo. Como sempre.

Triste mas em paz, a tarde era violeta e Violeta era pôr do sol. Até poesia precisa de um ponto final.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

nota: Pra quem sentiu minha falta semana passada, fiz uma cirurgia no dente que tava dando dor até no pensamento. Agora, aliviada. Beijos.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 10/11/2016
Reeditado em 10/11/2016
Código do texto: T5819184
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