Rir nem sempre é o melhor remédio .

Não tenho certeza na precisão da época que esse fato aconteceu, mas acredito que ha cerca de uns quinze a vinte anos atrás, quando Nova serrana, ainda não era a potencia que é hoje, em alguns pontos com sinal de crescimento e em outros nem tanto, mas faz parte do processo evolutivo, às vezes, dois passos para traz, para depois continuar crescendo. Bem mas o fato não é a respeito disso. É claro que eu não vou citar nomes, pois não tenho interesse em constranger ninguém, mas vou contar o fato: Como se diz no popular, vou contar o milagre, mas não vou contar o santo. Bem em uma das principais ruas da cidade, bem no centro, onde a maioria dos comércios eram instalados e são até os dias atuais, sempre foi alvo de furtos e roubos, ou seja onde tem mais comercio tem mais delitos. Lembro-me que era uma tardezinha, quase escuro já, estávamos há poucos dias do natal e a cidade bem no centro tinha um movimento razoável, pessoas comprando, andando de um lado para outro, as luzes começando a serem acesas, uma chuvinha fria caindo, acelerando ainda mais os passos das pessoas que iam de um lado para outro, sempre na ilusória busca de um melhor preço e das facilidades oferecidas por um ou outro comerciante, que também ávidos em melhorar suas vendas , sempre em busca de fregueses. Em meio a todo aquele tumulto de pessoas, pedestres, carros, crianças chorando, fazendo mimos para que os pais lhe comprassem o brinquedo de seus sonhos, algumas pessoas bem-humoradas, soltavam gargalhadas estridentes que rompiam e se misturavam aos sons de choro, gritos de ofertas, buzinas, descargas, tudo típico de um local de comercio e da data sugestiva que se aproximava. Em meio a tudo isso, sempre visando a proteção de seu patrimônio, muitos comerciantes, contratam homens, com espírito de presença, grandes fortes e de aparência intimidadora para serviço de segurança contra pequenos furtos e até mesmo roubos. Naquela época eram só homens, atualmente também as mulheres se sujeitam a tal desgastante prestação de serviço. Nessa época do ano também é comum ver um numero de policiais maior nas ruas, fazendo o patrulhamento da área comercial, ora a pé, ora motorizado, em grandes centros até a cavalo, motocicleta, bicicleta e até aéreo. Mas, aqui, era a pé mesmo e com apenas uma viatura, tinham duas, mas uma estava estragada. No entanto era varias duplas de policiais , circulando em meio a toda aquela confusão de pessoas , os policiais sempre atentos a qualquer fato estranho ou suspeito, algumas abordagens a já conhecidos delinqüentes da época , mas no restante tudo corria tranquilamente, quando de repente a chuva começa a cair com um pouco mais de intensidade, e as pessoas buscam abrigo nas marquises , lojas , lanchonetes e tudo parece acelerar ainda mais, gritos, buzinas , correrias , choro de crianças e tudo mais . Em um dado momento uma pequena confusão de veículos em um cruzamento, onde um condutor provavelmente tenha errado uma marcha no automóvel ou alguma outra situação corriqueira , mas que fez o carro apagar bem no meio do cruzamento , onde outros motoristas sem paciência , começam a gritar chamado o coitado de barbeiro e este fica mais nervoso ainda, talvez pela falta de experiência , outros já acionam as buzinas e não param , até que o pobre coitado consegue fazer o carro pegar e seguir sua rota, voltando tudo à aquela situação literalmente normal. Foi ai que se ouve e se percebe uma movimentação diferente e suspeita em frente a uma loja , do outro lado da calçada e um dos vigias de uma loja começa a gritar alto , “pega ladrão”, e em um segundo tais gritos se espalham e outras pessoas também começam a gritar , não sei se na expectativa de ajudar a pegar o larapio ou apenas gritando por gritar, mas onde esta o infrator, quem é ele, todos gritam , mas ninguém sabia quem era , uns apontam para um lado , outros apontam para outro , mas onde está o referido dito cujo. Ninguém sabe os policiais mais próximos correm e fazem contato com o vigia gritador, que parece ter alguma pista, característica do ladrão e os policiais saem em desembestada carreira rumo a uma pequena pinguela que era usada pelos pedestres para passar por sobre o ribeirão que corta a cidade e que ainda não era tão poluído quanto hoje. Naquele pedaço de rua carro não passava, só a pé mesmo. Após comunicarem uns com os outros, já eram cerca de uns seis policiais correndo atrás do ladrão e uma viatura que teria que percorrer cerca de três quarteirões para chegar a uma ponte onde tivesse possibilidade de passar e isso dava tempo do bandido se esconder. Mas tinha dois policiais que estavam bem próximo do ladrão e até já haviam feito um contato visual e percebido que se tratava de um menor e também conhecido das autoridades e comerciantes locais, pela pratica de tal ação que acabara de cometer mais uma vez. Os policiais corriam muito e já estavam ofegantes , e notaram quando o pequeno larápio, que estava há uns cem metros a frente deles, na expectativa de lograr êxito na fuga, atravessou a pinguela, e com intuito de se esconder, pulou dentro ribeirão e se escondeu atrás de uma grande raiz de arvore bem encostadinha na pinguela , coberta por uma touceira de capim e segurou a respiração, e ficou bem quietinho esperando os policiais passarem e ai ele fugir para o outro lado e se misturar novamente em meio a multidão. Os policiais que vinham correndo logo atrás, falando em um radio de comunicação, passando, dados e características do jovem infrator, ao chegarem na pinguela, com vontade de lograr êxito na captura, juntando a ansiedade de cumprirem seu dever para com a sociedade, um deles escorrega e cai dentro ribeirão, foi aí que o ladrãozinho, achou aquela cena engraçada e soltou uma estridente gargalhada. Resultado, foi descoberto, apreendido e o objeto de furto devolvido ao seu legitimo dono.

Moral da historia: Rir nem sempre é o melhor remédio.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 25/10/2016
Código do texto: T5802985
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.