= Que pinto não é pato, é fato... =
No sítio, junto aos ovos da pata que estavam seno guardados para serem chocados, um ovo da galinha, por descuido de alguém, foi lá no cesto colocado.
Como o erro não foi notado, o ovo da galinha junto com os da pata também foi chocado.
Quando nasceram, todos amarelinhos, a pata, exultante de alegria com a chegada da ninhada, notou que tinha um entre eles, menorzinho e com os pezinhos diferentes.
Pegou-o no colo e em vez de quac quac ouviu um piu piu.
- Mas você é um pinto, não um patinho! Como veio parar aqui? - perguntou.
- Num xei mamãe! - disse o pintinho num piupiuzinho bem fininho.
Aquele "mamãe" dito assim, tão inocentemente, a fez chorar, comovida.
Dando-se conta da confusão toda a pata pensou:
É meu filho também, fui eu que choquei ele. Que importa se é diferente. Pinto também é gente como a gente. CuidareI dele como cuidarei dos meus patinhos, com todo meu amor e carinho. Afinal, onde comem doze, comem treze.
No dia seguinte, como faz parte da natureza dos patos, lá estavam os patinhos se divertindo às pampas, se esbaldando, nadando nas águas da lagoa numa boa.
Na sua inocência o pintinho achou que poderia nadar igual seus "irmãozinhos".
Nem deu tempo da pata, sua mãe adotiva ensinar a ele que pintos não nadam.
Pin, como já o chamavam carinhosamente, correu, tomou impulso e mergulhou com tudo naquelas águas aparentemente calmas mas profundas.
Que tragédia! Logo ele que já sonhava crescer, ser um frangão bonitão, depois um garboso galo, com um harém de galinhas só dele...
Tantos sonhos belos assim num instante ceifados.
Coitadinho do pintinho amarelinho, gente!
O pobrezinho morreu afogado!
Moral da História:
Consternado, confesso. Eu não sei.
= Roberto Coradini {bp} =
22//10//2016