Eco

Essa é com certeza uma experiência de autodescoberta, seja daqueles tocantes, no qual literalmente se tem o toque por incessantes vezes até se chegar a um fim satisfatório e que até um mesmo ser não dotado de nenhuma capacidade extraordinário se sentiria orgulho. Mas a culpa não nos abandona, por mais prazeroso que tenha sido esses poucos segundos, oito para ser mais exato, o sentimento de contradição sempre retorna.

E as cores frias sempre estão em contraste com o vermelho de um mísero objeto que desponta no pôster de qualquer banda que se acomode atrás de uma porta. Apesar de pequeno, desponta. Desponta como lascas soltas sem nenhuma vertigem que acalente. Assim são as pessoas, algumas nascem fardadas ao sucesso, outras, nem tanto. E essa incessante maioria de nem tanto(s), transformam-se em linhas com repentinos pontos, pontos que sem nenhum conhecimento ortográfico tentam se localizar de forma equivocada.

Isso é muito comum, sabe? Mas do que possa imaginar, no fundo há muitos parágrafos soltos que se agrupam a quaisquer folhas no desejo de preenchimento, de ambas, sim, de ambas. Pessoas extraordinárias são raras, tive o imenso prazer de conviver com uma única e sombria, vazia, extremante vazia. Um ser daqueles que a alma ecoa e que batidas de portas se tornam inúteis, ninguém atende. Esse sim, com certeza não se perde em vírgulas, pontos ou parágrafos. É uma imensidão de nadas, nada a se orgulhar, muito menos a se envergonhar, um completo nada, nada, nada. A leitura geralmente é feita pausadamente, com calma, bem, não sei se com calma, ele desconhece qualquer vocábulo dado a um sentimento, o nada ecoa por quilômetros.

No fim, eu sou mísero, um Oliver Tate, vivendo em uma realidade desconexa, julgando ser um extraordinário, acreditando que no fim a algo reservado, mas não há, é possível avistar só o mar, uma imensidão de mar, no fim só me resta nada. Afinal, aparentemente sou só mais um numeral ordinal, fardado a ser incapaz de se imaginar como individual, porque nesse processo sou um número, mas um número par.