MINHAS SECRETÁRIAS (parte II)

Com dois anos na política me casei, nos três me separei, deixei a mulher e um filho. Nesse tempo de casório tive um relacionamento intenso e forte com a secretária Estephane Glaison, formada em letras português e inglês, com especialização em inglês empresarial. Rockeira, sempre ouvindo Nirvana e Pink Floyd. No primeiro dia, trepamos com força e tesão no mais alto nível.

Usava Pincem na sobrancelha direita e pintava seus cabelos com vermelho não muito intenso que combinado com seus olhos verdes a deixava mais sexy. Além de secretária, era professora durante a noite numa escola pública da cidade, ficava a poucos metros da Casa dos Políticos.

A escola possuía uma estrutura ‘simples’, com cadeiras de madeira cheias de chiclete, vazamentos nos encanamentos o que deixava as paredes úmidas com cheiro de mofo, quadros velhos, iluminação de boa qualidade e um ambiente agradável nas proximidades do colégio com alunos (as) escutando Bob Marley e Edson Gomes. Faltava iluminação pública na rua, segundo Estephane Glaison, os becos eram utilizados como motéis a céu aberto, todo dia. A noite era atrativa para os jovens das proximidades. Estephane mostrou-me o beco do sexo, onde a maioria dos alunos entre 15 e 18 anos se relacionava. Aproveitamos a atmosfera e trepamos no capô de um opala abandonado.

Lembro-me que sentei em umas das ultimas cadeiras, apesar de haver muitas cadeiras vazias na frente e nos lados. Estephane era admirado pelos alunos, falava um inglês fluente. Na sala ao lado, um grande barulho seguido de discursões paralisou a aula por alguns instantes. Retirei-me discretamente para ver o que se passava. De uma simples briga de alunos rebeldes, tornou numa briga de três, os dois alunos com raiva do professor que havia tentado apartar o confronto de ambos, partiram pra cima do senhor calvo de cabelos anteriores longos, bigode branco e comprido que tentava da aula de Química. O guarda do colégio separou os brigões com o seu cassetete, não antes de levar três bofetadas. Quando chegamos a sua casa, fomos logo para o banheiro tomar banho e fazer sexo. O dia tinha sido longo.

Estephane Glaison deixou de ser minha secretaria, depois de 1 ano, foi fazer mestrado em Literatura Inglesa em Liverpool. Sua partida me entristeceu muito na época, estava começando a amá-la e ela a mim, mas tudo é temporário, cada um com as suas funções a cumprir.

Não tive apenas mulheres, no sentido estrito do termo. Rabisquei o nome de Philip Zoa. Um excelente secretário que ajudou-me no penúltimo ano de mandato, antes das novas eleições, elaboramos o meu primeiro projeto aprovado na Casa dos Políticos. Nele defendi melhor iluminação na cidade e mais vigilância em pontos que ocorriam roubos e crimes sexuais na cidade, para comprovar a necessidade de tais medidas, Philip Zoa fotografou e obteve depoimentos de moradores da cidade e expos os dados em uma pasta anexada aos documentos. Esse projeto alavancou meu nome para o segundo mandato. Agradeci bastante e o recompensei.

Philip Zoa depois de um tempo entre os políticos, sofreu com preconceitos, principalmente dos veteranos tradicionalistas com mais de 10 anos de casa. Mesmo com uma capacidade intelectual superior a maioria dos que ali moravam, recebia cartas com ameaças, era chamado de bicha e veadinho nos corredores e o evitavam nas reuniões. Cansado do nosso meio, se despediu de mim com forte abraço, lhe disse:

- Você é uma pessoa agradável, espero revê-lo algum dia.

Passei quatro meses sem uma secretaria. É péssimo não ter uma assistente, pessoas entram e saem sem permissão no meu gabinete. Um dia uma bela jovem de 17 anos entrou na sala, não a conhecia, nem ela a mim, na primeira conversa uma intimidade que parecia de anos.

- Que chatice é essa casa! Só vejo velhotes conversando um monte de asneiras, nada de interessante- Desabafou ela enquanto olhava meus quadros.

Conversamos sobre musica, filmes, celebridades, cursos, viagens e desejos. Depois de um tempo o tão esperado aconteceu. Fechei a porta e transamos, nunca esquecerei sua pele macia, seu corpo magro e cheiroso, suas tetas pontudas, seus cabelos finos, sua linda tatuagem na beira do paraíso, mãos finas e unhas que aranhavam. Fiquei sabendo dias depois que era a filha do presidente da casa. A visão juvenil dessa jovem me fez abrir a mente e decidi por algo diferente na minha vida. Não queria ficar velho, chato, barrigudo, careca e enxerido. Mais intensidade, uma vida além da podridão.

Minha penúltima secretaria foi uma mulher casada, Joana, mãe de dois filhos. Trabalhou comigo oito meses, foi morta com uma bala perdida no centro da cidade.

Rabisquei, meu ultimo nome antes de comer as ultimas três rosquinhas de chocolate. Denise Rose, ex- deputada, jovem bonita, loira, não conseguiu se reeleger, por causa de um projeto que visava proibir menores de 18 anos de frequentar bares e festas na cidade. Foi à única com a qual dormi em sua casa e que abria as pernas em sua própria cama, no banheiro, na cozinha, na varanda e todos os lugares de seu apartamento realizei suas fantasias sexuais. Com ela, conheci mais profundamente as pessoas com os quais trabalhei por vários anos, e o meio politico no qual estava inserido. Numa noite nos desfasamos de estrangeiros: usei tênis americano, óculos escuros e chapéu havaiano; ela uma típica holandesa, sem falar no sotaque de inglês que me ensinou, pois seria o fundamental, assim como os dólares. Passeamos pela cidade, primeiro fomos a uma loja de roupas, estava cheia de clientes. Denise Rose perguntou:

- Sorry, cuánto cuesta esa camiseta?

A pergunta foi direcionada para a balconista, no entanto, duas funcionárias apareceram do nada para nos atender, apesar de estarem atendendo outras pessoas e do lado estavam duas querendo atendimento antes de nós. Mundo estranho.

Em seguida fomos à igreja da cidade, havia poucas pessoas, uns idosos aleijados e mendigos escutava a voz do padre. A poucos metros havia um bar, estava lotado de gente.

Denise Rose me levou ao lugar que segundo ela era o mais visitado da cidade. O prostibulo de Ângela. Não havia ido a esse local, meu pai uma vez me disse para não frequenta-lo, não era decente.

Lá, encontramos as pessoas mais renomadas da cidade e da politica. Deputados de ternos e gravata bebiam e fumavam cigarros pretos, colocavam duas garotas jovens e chupavam suas tetas, no mesmo instante em que colocava uma nota 100 reais em outro lugar, fora o ato, pareciam pais com suas filhas em seus colos. Queríamos sair pra um dos quartos, mas infelizmente os quinze quartos estavam ocupados e precisávamos esperar.

Gritos, gemidos de todos os tipos e espécies se escutavam, vindo por detrás das portas. Tomámos uma cerveja e comíamos um frango asado.

Durante a madrugada, as portas se abriram “homens e mulheres” começaram a sair de seus casulos, vimos: Felipe Levi saindo de um quarto de calcinha e dois gigolôs; senadora com três parceiros fortões; deputados velhotes com novinhas; deputada com famoso; e outros que não conhecia e que não vale apenas recordá-los. A cerveja era forte e o frango não era lá uma maravilha culinária.

Ao voltamos para o apartamento já era dia, transamos com intensidade apesar da fadiga, tomamos banho e dormimos, já era domingo.

Fizemos planos de casório. Naquele tempo dei uma boa quantia em dinheiro para ela comprar nossa casa em Portugal. Iria, sem avisar a ninguém na Casa dos Políticos, fugir da cidade, não deu tempo, Denise Rose fugiu primeiro de mim, hoje deve estar trepando com os árabes, com gregos ou com os escoceses de saia. Não compartilhei a notícia hasta hoy.

Termino o café. Deixo a folha incompleta, as outras me acrescentaram algo que não me faz escreve-las numa simples folha d e papel. Alguém bate na minha porta.

-Bom dia! Sou o deputado Alves, avisara-me que aqui seria meu gabinete, sala 69.

- Sim sairei em instantes, só arrumarei meus pertences pessoais.

Junto meus livros de literatura, encontro um marcador de leitura com o numero de Estephane Glaison. Ligo

- Oi é Estephane Glaison?

- Amor... há quanto tempo! Tudo bem?

- Tudo bem. Queria saber se aceita em casamento um ex-político, divorciado, fugitivo de seu próprio país, na faixa dos 30 anos e viciado em sexo?

-Adoraria! Quando chega?

-Na próxima semana, antes venderei meu caro e o apartamento. Se me permite, queria trepar com a filha do presidente da casa novamente. Posso?

-Boa FODA.