Na Curva do Rio ....

Eu tenho um amigo que estudou até o terceiro ano de veterinária e depois desistiu para seguir outra carreira, mas muito dos ensinamentos por ele adquirido, são preservados até os dias atuais. Ele gosta muito de pescar e alguns dias atrás nos fomos pescar com uma turma muito boa. Nessa pescada aconteceu algo que eu nunca vi nada igual e muito menos alguma coisa pelo menos parecida. Eram mais ou menos umas quatro horas da tarde, o sol ainda alto, mas aquela brisa do entardecer começava a aparecer, Na curva daquele rio, frondosas arvores, sombras escuras, ruídos e barulhos diferentes, vixe... Tinha um cenário misterioso, com os reflexos do sol entre os galhos das grandes arvores, ficava até sinistro, aquilo tudo fazia-nos entender que o anoitecer se aproximava. Foi um dia de pesca razoável, havíamos pegado alguns peixes, já davam uma boa fritada para o jantar. Então começamos a ajeitar as Tralhas para voltarmos ao acampamento. Uma bela barraca totalmente vedada, com telinhas, completamente acolchoada e impermeável, amarrada em duas arvores e uma estaca muito bem pregada e aterrada, de modo que dificilmente algum vento ou chuva poderia nos desabrigar, mas também o céu estava limpo e prometia ser uma noite bem estrelada e bonita, provavelmente também não faria frio, o que com certeza atrairia as muriçocas, pernilongos e moscas, mas, dentro da barraca eles não nos incomodariam. Do lado de fora, foi estendido uma lona por sobre um arame amarrado em dois galhos de arvores, fazendo um belo acampamento, iluminado por um gerador. Tudo muito seguro, tranqüilo e confortável. Pois bem, então deixamos nossas varas de espera e fomos para o acampamento. Janta pronta, duas ou três partidas de truco e fomos dormir queriamos levantar cedo. Dormimos muito bem e logo de manha este amigo que é muito prestativo, levantou primeiro que todo mundo e já tinha feito o café, quando o restante da turma foi se levantando e se ajeitando para começar mais um dia de pescada. Após tomarmos café, saímos todos em direção onde as varas estavam de espera. Foi ai que observamos algo totalmente estranho, uma das varas estava pendurada em uma arvore, mas como, essa vara foi parar ali , ninguém sabia responder. Foram feitas muitas tentativas para tentar puxar a vara para baixo, mas sem sucesso, pois ela estava em um galho do outro lado rio, não era muito largo, mas não tínhamos como atravessar sem ter que nadar. Foi ai que esse companheiro mais uma vez demonstrou sua disponibilidade, tirou a camisa e saltou dentro d’água, nadou para o outro lado com tamanha facilidade que parecia ser nadador profissional, depois subiu em uma arvore, com a ajuda de um galho conseguiu chegar até a vara pendurada, soltou o molinete, a pegou e saltou novamente dentro d’água, nadou de volta até a outra margem. Nessas alturas já tínhamos recolhido as outras varas e não tínhamos pegado nada, porém nenhuma das varas tinha mais isca. Bom ao chegar do outro lado, começamos a recolher vagarosamente a linha, com muito cuidado, alguns diziam que poderia ser uma cobra que tinha sido fisgada e subi pra arvore, isso aumentou o medo e suspense. Fomos recolhendo, recolhendo, até que de repente, um barulho estrondoso caiu de cima da arvore dentro do rio, levantou água pra todo lado, foi um bruta susto , que teve gente que ate caiu dentro do rio também , foi uma mistura de susto com achar graça na cena . Mas ninguém se machucou e recomposto do susto, começamos a recolher a linha e conseguimos tirar de dentro d’água um enorme macaco. Ninguém entendeu. Pegamos um macaco, mas como, foi que observamos que ele segurava nas mãos uma enorme águia , de repente ele largou o pescoço de uma grande ave voadora e voltou para as arvores com uma sua habitual agilidade primata. Se eu não tivesse lá eu não ia acreditar se alguém me contasse provavelmente duvidaria. Um grande macaco pegou uma grande águia , bem a enorme águia tinha engolido o anzol e estava com uma barrigona e mexendo, o anzol no bico parecia incomodar . Ai esse amigo, quase veterinário mostrou todo seu conhecimento, com um jeito que não sei explicar, a ave desmaiou e ai ele abriu a barriga dela e la dentro , a surpresa , tinha um piau de mais ou menos dois quilos , ainda vivo e bem fisgado com o anzol . Foi ai que entendemos o que aconteceu: o peixe foi fisgado pelo anzol, o gavião pegou o peixe e comeu e o macaco pegou a ave, sabe-se lá pra que ? Como todos estavam vivos, o macaco fugiu , ave se recuperou umas duas horas depois e foi solta e voltou para a natureza o piau teve sua serventia , foi frito no almoço . mas nessa pescada não pegamos mais nenhum peixe . Como eu disse esse caso se eu não tivesse la e alguém me contasse , nem sei se eu ia acreditar.

WL Pimenta
Enviado por WL Pimenta em 15/09/2016
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