Justiça à moda caipira
Um fazendeiro tocava demanda contra um vizinho. Parente até, mas coisa de muito valor e cuja irresolução prejudicava a plantação, a criação e até a gostosa e gozosa sensação da posse.
Da consulta com o advogado que lhe defendia a causa, que demorava e demorava, saiu uma advertência taxativa.
- Quê sô acha dotô, eu dá um porco pro Juiz mode vê se ele me favurece e disimbucha?
- Meu caro consulente, Vossa Senhoria só pode estar louco! Esse Juiz, além de incorruptível, é severo, um homem de uma integridade a toda prova! Jamais pense em comprá-lo. E além de não ter o rabo preso, ele é sobretudo, justo.
Semana seguinte a causa é definida em favor do indigitado fazendeiro. O advogado que veio cumprimentá-lo pelo inusitado e inesperado êxito, pergunta-lhe se ele havia rezado muito para aquele milagre da Justiça...
- Rezei nada, dotô. O qui fiz foi mandá um casar de porco de raça pra ele...
- Como assim? Não posso acreditar!
- Mai foi dotô. Só que mandei tudo no nome do vizim...