Flechada

Um dia eu andava por ai a vagar. Quando eu senti uma flechada me acertar. Era ela que estava a me olhar. Olhar de pantera, garras de felina, era ainda uma menina, mas um tremendo mulherão. Eu fugi como um rato daquela tentação. Há mundo ingrato, ela chegou tarde à minha estação. Mas eu já sabia que não resistiria a uma maior aproximação. E o destino se encarrega de certas armações. Estava eu, em outra cidade assistindo um show, na maior concentração. Sem conhecer ninguém no meio da multidão. Quando de repente tive a sensação da flechada me acertar, não acreditei, Pensei, é pura ilusão. Eu olhava pra frente, dos lados e aliviado via que era só impressão. E a sensação continuava! Já me incomodava, voltei a procurar. Quando olhei para trás! Ela estava sorrindo a me olhar. Linda, deslumbrante parecia confiante no que estava a planejar. Não tinha como eu fugir, ela estava justamente fechando a única saída por onde eu tinha que passar. Pensei comigo! E agora José? Não tem como escapar! Pois tem a tal da honra que o homem não pode macular. Quando ela percebeu a minha indecisão, partiu como uma tigresa na minha direção. Com o sorriso escancarado certa que a presa estava em suas mãos. Ela foi chegando e logo segurando a minha mão. Disse o show já terminou! Agora é o nosso show que vamos da continuação. Arrastou-me para um escuro e foi atrás do muro, vendo a multidão. Depois que fizemos tudo para saciar nossa excitação. Ela me deu um beijo e foi embora. Voltou para a multidão!

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 05/07/2016
Reeditado em 14/01/2021
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