A Dor do Olegário
Olegário estava completamente pra baixo. Moribundo para os mais simples prazeres da vida só não atentara contra a própria vida porque tinha pavor da morte. A ideia de suicídio passou por seus pensamentos como uma rajada de vento morno no inverno e o fez lembra-se de lamentável ocorrido no tempo em que era menino. Seu Abelardo que era dono da casa de farinha da cidade e pessoa muito querida se matou misturando Tubaína Jacutinga com formicida. Morreu sentado a mesa da vendinha do Seu Januário pé na cova. Seu Januário recebeu o sobre nome pé na cova porque dizia ter uma doença mortífera há mais de sessenta anos e aos oitenta e oito anos ainda não tinha batido as botas.
Bem, a mãe de Olegário quando soube do suicídio de Seu Abelardo fez uns trocentos e cinquenta sinais da cruz e disse que a foice da morte ia fazer picadinho das carnes dele e que os pedacinhos iam vivos pro inferno e cada um dos pedacinhos sentiriam dor pra eternidade pra sempre. Uma criança que escuta a mãe falar um trem desse não se mata de jeito nenhum.
O sofrimento do Olegário tava beirando completar um ano. Faltavam três meses para chegar dezembro, e no dia em que se comemora o nascimento do salvador um ano faria da debandada de Maria, não da Maria mãe do Nazareno, mas de Maria Francisca das Dores. Quinze anos casados, e quem diria, Maria Tanajura - o apelido dela que as pessoas só diziam longe dos ouvidos do Olegário por motivos óbvios - fugiu, escafedeu-se no dia natalino na boleia do caminhão de um forasteiro. Foi de mala cuia e a cobiçada tanajura.
Mas todo mundo tem um melhor amigo e Olegário não era exceção. Praxedes boca de ouro era O cara na na vida do agora infeliz Olegário, amigo de todas as horas, pau pra qualquer obra, o único cabra macho da cidade que não cobiçava a tanajura da Maria, inclusive foi padrinho e testemunha do casório, quis ir atrás do forasteiro safado e passar o cabra na peixeira, mas Olegário não deixou.
Praxedes disse ao seu amigo que tinha ouvido falar de um camarada que fazia homem sofredor por causa de amor ficar sarado das dores e esquecer a traidora em três horas e em alguns casos menos doídos em três minutos.
Mas Praxedes suspeitava que seu amigo precisaria de umas três semanas.
Depois de muitos cigarros de palha e conversa afinada boca de ouro convenceu Olegário a recorrer ao tal sujeito que morava na Cidade de Noite Esplendorosa que dista mais ou menos cinco horas de viajem. E lá se foram.
Se foram mas não chegaram, um caminhão desembestado esmigalhou o ônibus na estrada matando todos que estavam dentro dele.
No caminhão duas pessoas sobreviveram, o motorista e uma mulher com uma bunda que vou te contar...
Bem, a mãe de Olegário quando soube do suicídio de Seu Abelardo fez uns trocentos e cinquenta sinais da cruz e disse que a foice da morte ia fazer picadinho das carnes dele e que os pedacinhos iam vivos pro inferno e cada um dos pedacinhos sentiriam dor pra eternidade pra sempre. Uma criança que escuta a mãe falar um trem desse não se mata de jeito nenhum.
O sofrimento do Olegário tava beirando completar um ano. Faltavam três meses para chegar dezembro, e no dia em que se comemora o nascimento do salvador um ano faria da debandada de Maria, não da Maria mãe do Nazareno, mas de Maria Francisca das Dores. Quinze anos casados, e quem diria, Maria Tanajura - o apelido dela que as pessoas só diziam longe dos ouvidos do Olegário por motivos óbvios - fugiu, escafedeu-se no dia natalino na boleia do caminhão de um forasteiro. Foi de mala cuia e a cobiçada tanajura.
Mas todo mundo tem um melhor amigo e Olegário não era exceção. Praxedes boca de ouro era O cara na na vida do agora infeliz Olegário, amigo de todas as horas, pau pra qualquer obra, o único cabra macho da cidade que não cobiçava a tanajura da Maria, inclusive foi padrinho e testemunha do casório, quis ir atrás do forasteiro safado e passar o cabra na peixeira, mas Olegário não deixou.
Praxedes disse ao seu amigo que tinha ouvido falar de um camarada que fazia homem sofredor por causa de amor ficar sarado das dores e esquecer a traidora em três horas e em alguns casos menos doídos em três minutos.
Mas Praxedes suspeitava que seu amigo precisaria de umas três semanas.
Depois de muitos cigarros de palha e conversa afinada boca de ouro convenceu Olegário a recorrer ao tal sujeito que morava na Cidade de Noite Esplendorosa que dista mais ou menos cinco horas de viajem. E lá se foram.
Se foram mas não chegaram, um caminhão desembestado esmigalhou o ônibus na estrada matando todos que estavam dentro dele.
No caminhão duas pessoas sobreviveram, o motorista e uma mulher com uma bunda que vou te contar...