Naquela tarde de 1983 mais uma vez os três garotos visitavam a venda que pertencia a um parente. Sempre foi uma ótima opção caminhar, após o almoço, em São Roque do Paraguaçu, percorrendo o local muito aconchegante.
Eles realizavam a visita namorando um pé de moleque que os meninos curtiam demais saborear. Lá cumprimentavam outro parente, que não era o dono da venda, conferiam a pouca agitação, disfarçavam e logo se despediam.
Percebendo os olhares gulosos desejando o pé de moleque, o tio gentil suscitava a completa alegria do trio.
Eles saíam bastante satisfeitos aproveitando cada pedacinho.
Nesse dia, entretanto, parece que nosso tio estava meio zangado.
Eu e meus dois irmãos mais novos utilizamos a mesma estratégia.
Demoramos um bocadinho, disfarçamos, decidimos ir embora. O doce não veio, eu cheguei a pedir, a resposta surgiu implacável.
_ Não!
Saímos desapontados, bem tristes, desolados. Como pode um absurdo desses? Que tio cruel! Seguimos rumo à casa dos meus avós maternos, o caçula, sem digerir o insucesso numa boa, iniciou o maior berreiro.
Explicamos o que ocorreu, minha mãe consolou o chorão, mas o suave afeto maternal não acalmou suas incessantes lágrimas.
Meu nobre avô cansou a audição, deu o dinheiro, voltamos à venda e compramos os preciosos pés de moleque.
Pronto! O dengoso caçula favoreceu desfrutarmos o doce.
Não recordo se retornamos à venda no dia seguinte, porém garanto que jamais provamos um pé de moleque tão delicioso.
Quem precisa conhecer as mil guloseimas da atualidade?
Para nós bastava ir ao armazém e ganhar o pé de moleque.
Era supergostoso, fazia a alma sonhar, tornava a infância leve e alegre, permitia ignorar as durezas que o mundo adulto costuma ofertar.
Tudo o pé de moleque sugeria resolver e tranquilizar.
O sabor dava prazer, a vida não tinha complicação alguma, os anseios inocentes evitavam os exageros e as ilusões que distraem a jornada.
O pé de moleque trazia a felicidade, hoje a grande saudade.
Um abraço!
Eles realizavam a visita namorando um pé de moleque que os meninos curtiam demais saborear. Lá cumprimentavam outro parente, que não era o dono da venda, conferiam a pouca agitação, disfarçavam e logo se despediam.
Percebendo os olhares gulosos desejando o pé de moleque, o tio gentil suscitava a completa alegria do trio.
Eles saíam bastante satisfeitos aproveitando cada pedacinho.
Nesse dia, entretanto, parece que nosso tio estava meio zangado.
Eu e meus dois irmãos mais novos utilizamos a mesma estratégia.
Demoramos um bocadinho, disfarçamos, decidimos ir embora. O doce não veio, eu cheguei a pedir, a resposta surgiu implacável.
_ Não!
Saímos desapontados, bem tristes, desolados. Como pode um absurdo desses? Que tio cruel! Seguimos rumo à casa dos meus avós maternos, o caçula, sem digerir o insucesso numa boa, iniciou o maior berreiro.
Explicamos o que ocorreu, minha mãe consolou o chorão, mas o suave afeto maternal não acalmou suas incessantes lágrimas.
Meu nobre avô cansou a audição, deu o dinheiro, voltamos à venda e compramos os preciosos pés de moleque.
Pronto! O dengoso caçula favoreceu desfrutarmos o doce.
Não recordo se retornamos à venda no dia seguinte, porém garanto que jamais provamos um pé de moleque tão delicioso.
Quem precisa conhecer as mil guloseimas da atualidade?
Para nós bastava ir ao armazém e ganhar o pé de moleque.
Era supergostoso, fazia a alma sonhar, tornava a infância leve e alegre, permitia ignorar as durezas que o mundo adulto costuma ofertar.
Tudo o pé de moleque sugeria resolver e tranquilizar.
O sabor dava prazer, a vida não tinha complicação alguma, os anseios inocentes evitavam os exageros e as ilusões que distraem a jornada.
O pé de moleque trazia a felicidade, hoje a grande saudade.
Um abraço!