Em meio à boiada

De longe ouve-se

o som do berrante,

os gritos dos peões,

e avista-se a poeira que levanta

com o pisoteado da boiada.

É a comitiva que vem chegando.

O berranteiro,

tocando seu berrante,

vem lado a lado

com os ponteiros,

a tropa de polaqueiros

e os sinuelos que

conduzem a boiada à frente.

Bois, novilhas e garrotes,

muitas já estão cheias.

Os meeiros,

estalando seu piraim,

vêm pelas laterais,

evitando que a boiada

se esparrame.

Acontece um furar,

o meeiro joga seu laço

evitando sua perda.

Em eventuais ocasiões,

abrem as porteiras

para o gado passar.

O capataz, peão de muita vivência

e muita sabedoria,

fica atrás da comitiva,

delegando tarefas aos peões.

Junto, seguem os culateiros

que tocam o gado atrasado.

Em direção ao curral,

um a um

vão entrando na encerra.

O capataz entrega a boiada

com a sensação

de dever cumprido.

O dono da fazenda

o dinheiro vem contando,

vai pagando a peonada,

pelo serviço

que fora destinado.

Tirando suas traia dos cavalos

e tomando seu tereré,

esperam o caminhão,

para levá-los até suas casas.

Vão rever suas famílias,

depois de

muitos dias

de trabalho.

Maurício Generoso
Enviado por Maurício Generoso em 06/03/2016
Reeditado em 18/10/2020
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