A floresta
Luciana entrou na floresta. Foi visitar seu amigo Jorge. Enquanto caminhava,olhava para o alto, e observava, admirada, o cume das árvores.
Toda vez que entrava em uma floresta, tinha a impressão de estar sendo observada. Uma sensação estranha. Mas, seguiu. Buscou a estrada indicada por Jorge. Era uma estrada longa, que daria até a sua cabana. Agora, ao caminhar, olhava para baixo. Porém, ainda continuava com aquela impressão de está sendo observada. Havia um rio, logo em frente. Um rio límpido e quase transparente. Ela não resistiu. Tirou os sapatos e deu um delicioso mergulho. Dentro do rio, era diferente, sentia uma paz. As águas, magicamente, purificavam seu espirito. Enquanto se enxugava, escutou um balançar de uma árvore. "Será que algum animal perigoso estaria ali?" Tentou se esconder atrás de uma pedra grande. Olhava, de vez enquanto, para a árvore. De repente, um susto! Um homem enorme apareceu. Tinha pés imensos, uma cor amarelada e cabeça alada. Era realmente assustador. Uma entidade que parecia meio homem e meio animal. Algo que estava entre o mundo terreno e o mundo imaterial. Ela percebeu que o gigante cuidava das árvores,pois tocava-as com carinho. O seu toque fazia brotar flores e frutas. Algumas ficavam mais verdes, fortes e de aspecto bonito. Atrás da pedra,Luciana ficava observando com os olhos espantados. Mas, não sentia aflição. Pelo contrário, sentia uma paz. Um encantamento. O gigante, na verdade, parecia ser a natureza. Misturava-se a ela. Algo da natureza que ela nunca tinha visto. A figura gigantesca sumiu. Luciana lembrou que tinha que seguir viagem até a casa de seu amigo. Tentou colocar as ideias no lugar. Confiou no seu instinto, que dizia está tudo bem, e continuou caminhando pela estrada. Depois daquilo, algo havia mudado dentro dela. A floresta começou a falar. E ela entendia a língua secreta da floresta. Antes achava que era só barulhos de animais e do vento. Inebriada com a aparição do gigante, viu que não era. A floresta dizia algo. Estava a dizer algo, todo tempo. Era como se aquele local tivesse um excesso de vida. A natureza em sua mais profunda dimensão. Na sua mais profunda verdade. Chegou, enfim, na cabana. Jorge estava lá. Sorrio feliz e foi abraçá-la. " Amigo, vi algo, você não vai acreditar!" Os olhos de Jorge não demostraram espanto. " Lu, venha tomar um café, há muitas coisas que tenho que contar sobre esse lugar... teremos uma tarde longa..."