O Enterro

Diante do caixão,onde estava o corpo do vovô Julinho enxugou as lágrimas que escoriam pelo seu rosto angelical. Lançou um olhar para a face desbotada do avô,e indagou friamente para sua mãe:

- Mamãe, por que as pessoas morrem?

A mãe o pegou no colo e forçou com a sua mão direita,de modo que a sua cabeça encostasse no seu rosto e ficasse de costas para o caixão. Redarguiu assim:-é o ciclo da vida.Tem começo,meio e fim.A gente nasce,cresce,vive ,e um dia morre.Ele está bem,com certeza vai para o céu. Era uma boa alma. Fazia muitas caridades.

-Sei,mas a morte é tão triste.A gente chora,todo mundo chora.O enterro é tão triste.

A sua mãe,enquanto o acariciava com uma das mãos,disse-lhe,com a voz pausada e melódica:- é,mas tudo passa.

-Vou sentir falta do vovô.

Disse o menino,enquanto uma lágrima molhava o seu belo rosto.

-Todos vamos sentir...

Rebateu a sua mãe,soltando um soluço de tristeza e lágrimas.

E,naquela tarde de domingo ensolarado-enquanto muitos estavam na praia,a família de Julinho enterrava o vovô da família.Enquanto o caixão descia para a sepultura,Julinho,com cerca de 8 anos subia para a vida.Liberto dos braços da mãe corria pelos corredores de sepulturas do cemitério brincando com a priminha Dadá,de 9 anos. Riam e faziam bastante barulho alheio à tristeza dos demais adultos da família.

Fim

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 28/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T5525541
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