Sina de um peão

Vendo da janela, lá adiante

passa uma boiada no estradão,

Fico ouvindo o toque do berrante, o bramar do gado e os gritos dos peões.

Me bate uma saudade....

de quando eu ajuntava minhas traia e peiava meu cavalo e saia pro mundão de meu Deus.

Tocava o gado com meus parceiros,

Cercava o gado quando estourava,

Corria atrás de garrote,

Atè laçava boi em meio a boiada.

Moço!!!

Naquela tarde de janeiro, ao laçar o trigueiro, minha mão se prendeu, arrastado e pisoteado, sem poder fazer nada, me restou esperar.

Com os olhos embaçados, sem poder fazer nada, só ouvia lá longe, o ponteiro tocando o berrante, avisando do acontecido pra peonada.

Hoje aqui preso à esta cadeira de rodas, só o que me resta é a saudade do tempo que eu era peão de boiadeiro.

Maurício Generoso
Enviado por Maurício Generoso em 12/01/2016
Reeditado em 18/10/2020
Código do texto: T5509033
Classificação de conteúdo: seguro