Fanatismo religioso (reedição, com algumas colocações)
Minha esposa é evangélica, chegando em casa me faz o relato estranho, tinha saído de sua igreja, estava calmamente segurando sua bíblia à espera do ônibus, quando uma das pessoas que estava esperando o ônibus, uma senhora também evangélica, pois estava firmemente com sua bíblia, dirige-se decididamente parando diante de minha esposa e diz: --- sei que pertence àquela congregação pois daqui pode-se ver nitidamente o templo, mas Deus me mandou lhe dar um recado: se quiser ser salva deve pertencer à minha igreja lá é que está a salvação!...
Minha esposa atônita, mas calma responde:
--- não é igreja que salva, aliás, igreja somos nós, aonde eu reúno é apenas um local de louvor a Deus, onde você reúne também é outro local de louvores, assim como toda igreja cristã não importa a denominação.
Rebate a inquisidora: --- estás jogando fora a salvação? Visite a minha igreja e comprove, esta outra irmã que está aqui do meu lado, há 35 anos que saiu da igreja que freqüentava e passou para a minha, pergunte à ela se não foi uma bênção!
--- Não! Afirma minha esposa, eu estou muito bem no meu local de orações e não acho errado o seu local de culto ou sua igreja como dizes.
A insistente religiosa sentiu que não surtiu efeito o seu convite incisivo, voltou para o seu canto, mas percebia uma grande contrariedade em seu semblante. Como se não bastasse todo aquele disparate, levantou-se um homem corpulento com o dedo indicador levantado, vai logo dizendo: --- Dona, porque não aceita o convite que a minha esposa está fazendo? Olha que esta pode ser a sua última oportunidade de salvação, porque é de Deus este convite, olhe para mim, já fui um bandido, depois que entrei naquela igreja passei a ser outro homem, tente ir lá e veja com os próprios olhos.
Minha mulher, no auge da insistência tenta inutilmente argumentar: --- mas como, meu senhor, eu não tenho porque ir, não é meu desejo, segue os srs. seus caminhos, que eu seguirei o meu consciente de que não estou praticando mal algum, se não aceitam-me como irmã em Cristo, eu vos aceito e vos amo mesmo assim, o sujeito recua meio irritado, sua esposa fala: --- não adianta, quando resistem o convite do Senhor não tem jeito, sendo confirmado pela companheira ao lado,como uma robô repetia: incrédula, não adianta, não tem jeito!...
Para alívio de minha esposa, o ônibus dos insistentes fiéis, chega primeiro, e eles seguem seus caminhos sem olhar para trás.
Chegando em casa, depois de escutar este o relato, exclamo:
--- Nossa! Se eles fizeram isso com você, que podia ser considerada irmã de fé, como seria se me fizessem este convite e eu afirmasse ser católico e tivesse verdadeira admiração pelo Papa?
--- Eles diriam que já estavas no inferno!...
Mas no pensamento mesmo em pouquíssimo tempo fiz minha defesa, diria aos exaltados crentes se me atropelassem:
-- considero o que vocês estão fazendo um verdadeiro fanatismo religioso, por considerarem qualquer pessoa maléfica, só por não pertencerem à sua igreja, confira neste livro sagrado que estais carregando as palavras do mestre Jesus: “não julgais”, sede humilde de coração “, “amai ao próximo como a ti mesmo” e outros exemplos tão bonitos de amor aos semelhantes, portanto, digo com toda a convicção, se Jesus aparecesse e fosse no vosso templo pregar, se pelo menos a maioria ali fossem adeptos destas suas ideias, vocês não o compreenderiam, expulsaria dali e talvez o crucificariam novamente!...
E a unidade permanece ainda distante!!!...
09/03/2008
A reedição torna-se necessária porque em alguns lugares o radicalismo aumentou. (opinião do autor)