ZARAGOZA E O PILAR DE N. SNHORA
Saragoça é uma cidade que começou a ser povoada por volta do século VII A.C., isto se sabe por causa dos restos encontrados de habitantes da idade do Bronze. A cidade foi fundada a 24 A.C. pelos romanos, chegou a chamar-se Caesaraugusta em honra a César Augusto. Desde então são muitos os episódios que Saragoça tem visto a história fazer passar diante dos seus olhos.
A cidade nasceu sob o Império Romano e foi crescendo aos poucos, durante os primeiros séculos da nossa era foi acontecendo um desenvolvimento no qual Saragoça converteu-se numa passagem obrigatória das legiões romanas que se deslocavam para outro local da Península Ibérica.
Depois de séculos de decadência, o III e o IV da nossa era, chegaram os visigodos, sendo este um período efêmero até que chegaram os muçulmanos à cidade, batizaram-na como Saragusta e esta se converteu num reino independente. O período de ocupação árabe na cidade prolongou-se quase até ao século XII, eram tempos de reconquistas, mais concretamente foi Afonso I o Batalhador o que reconquistou a praça no ano de 1120, convertendo a cidade na capital de Aragão, e na capital em que os Reis do Reino de Aragão, um dos mais importantes do momento, foram coroados.
A cidade foi-se desenvolvendo nos séculos seguintes sob a bandeira do reino de Aragão, e teve outro desses episódios que ficam gravados no ano 1808, quando se deu a invasão napoleônica de Saragoça, o que levou a uma época de depressão causada pela destruição e pelo êxodo da população que vivia lá.
Anos mais tarde, a cidade começou novamente a ressurgir, e ressurgir de tal maneira que até aos dias de hoje ainda não parou.
Visitar Zaragoza foi uma das experiências mais agradáveis da minha viagem pela Espanha. Emocionei-me ao beijar o pilar que conduziu Maria Santíssima ainda em vida a aquele local de orações. Zaragoza é uma cidade que parece convidar o recém-chegado a certo jogo de sedução. Meio tímida no início, até se revelar vibrante e totalmente encantadora conforme você a conhece melhor, o que pode ser feito mesmo em poucas horas como o nosso caso. A praça mais famosa sintetiza uma cidade que supera qualquer expectativa: você chega para ver “apenas” a Basílica Del Pilar e é presenteado com um conjunto arquitetônico incrível, com outras edificações fabulosas a disputar nosso interesse. Essa impressão que me ocorreu em todas as cidades que visitei “muito melhor do que eu esperava” e tive a sorte de conhecer embora rapidamente durante os sete dias que passaram como num estalar de dedos. Não tenho dúvidas de que Zaragoza merece estar no roteiro de quem realmente gosta de viajar.
Misteriosas foram às vias escolhidas pelo Senhor para tornar efetivo esse mandato. As primeiras pregações dos Apóstolos, logo após Pentecostes, tiveram lugar em Jerusalém (cf. At. 2, 41ss). Elas ocasionaram uma avalanche de conversões, fazendo explodir o ódio do Sinédrio contra os que abraçavam a Fé em Cristo.
Iniciaram-se, então, violentas perseguições, aguçadas no período em que, pela saída de Pilatos do governo da Judéia, fez-se um vazio de poder e o Sinédrio ficou de fato com o mando nas mãos. Com isso, muitos cristãos viram-se obrigados a fugir para outras terras, levando consigo o testemunho de uma Fé afetada pelas provações. Eram eles o fermento que começava a penetrar na massa do mundo pagão para, de dentro, transformá-lo por inteiro.
Quando Jesus pediu para os discípulos se reunirem na Galileia para as últimas recomendações, disse-lhes: “Foi me dado todo poder no céu e na terra. Ide, pois ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até o fim mundo.” (Mateus 28,17-20).
Podemos supor que os apóstolos se reuniram para fazer a distribuição dos trabalhos missionários e cada apóstolo recebeu uma região para levar o nome de Cristo. Na hora da partida, teria solicitado as bênçãos de Maria como verdadeira Mãe.
São Tiago recebeu a incumbência de levar o nome do Salvador às províncias romanas da Espanha. Como os demais apóstolos fizeram, ele foi solicitar as bênçãos maternais a Maria Santíssima. Conforme narra à tradição, Nossa Senhora teria dito a ele: “Vai, meu filho, cumpre a ordem de teu Mestre e por Ele te rogo que naquela cidade da Espanha, em que maior número de almas converterem à fé, edifique em minha memória um templo no lugar que então indicarei”.
Tiago seguiu, então, para a Península Ibérica e pregou o nome de Jesus em muitas cidades. Mas foi na cidade de zaragoza, às margens do rio Ebro, que seu trabalho obteve êxito e foi coroado. Entre os convertidos ao cristianismo, estavam oito rapazes que passaram a ajudar Tiago em sua missão. À noite, reuniam-se para orar. Muito pouco se conhece, entretanto, sobre as circunstâncias de sua pregação. A respeito do lugar em que o Apóstolo aportou e o percurso por ele seguido, os dados disponíveis permitem apenas aventurar hipóteses. Pode-se, porém, dar por certo que no ano 40 ele se encontrava na cidade de Cæsaraugusta, atual Zaragoza, onde, depois de infaustos labores missionários, obtivera frutos muito modestos. Segundo consta, em toda a nação apenas sete famílias haviam abraçado a Fé em Cristo. Estas o acompanhavam em suas peregrinações.
Conta-se que, certa noite depois de suas orações, Tiago foi repousar que na noite de um para dois de janeiro do ano 40, o Apóstolo São Tiago saiu do recinto amuralhado de Cæsaraugusta para ir rezar à beira do rio Ebro os salmos do Deus verdadeiro, costume judaico ainda conservado pelos primeiros cristãos. Pensava, certamente, no desdém com que os habitantes daquela cidade, mergulhados no paganismo e no vício, desprezavam o convite à vida da graça. Era chegado o momento escolhido pela Providência para marcar pelos séculos uma nação inteira.
Pela madrugada acordou com vozes angelicais cantando a Ave Maria. Ele se ajoelhou e em seguida a Mãe de Deus sentada em um pedaço de coluna de mármore. Maria o convidou para se aproximar e lhe mostrou o lugar onde queria que fosse edificada a igreja. Disse-lhe que conservasse aquela coluna na qual estava sentada e a colocasse no altar do templo, pois aquele pilar permaneceria ali para sempre. O apóstolo agradeceu à Mãe de Deus pelo imenso favor daquela manifestação (na realidade, uma bi locação, pois Maria ainda vivia). Essa é considerada a primeira aparição de Nossa Senhora.
Ajudado pelos oito rapazes seus seguidores, Tiago deu início à construção de uma capela, voltada para o Rio Ebro, colocando o pilar na parte superior do altar. Mais tarde, construiu-se ali, em Saragoça, uma grande e majestosa basílica, em honra à Rainha do Céu, existente até hoje. Com o decorrer dos anos, nasceu à devoção a Nossa Senhora do Pilar, que logo se espalhou por todo o país e hoje é venerada como padroeira da Espanha.
Nossa Senhora do Pilar é considerada a primeira aparição mariana. Os carmelitas espanhóis, instalados na Bahia desde 1960, trouxeram a devoção ao povo brasileiro. Dali, ela se propagou por diversas cidades, como Olinda e Recife, Itamaracá, São João Del Rei, Curitiba.
Merece destaque o monumento em homenagem a Nossa Senhora do Pilar erigido por Pascoal Marques de Almeida, em Salvador, na Bahia, em 1973. Trata-se de um pilar que possui na parte superior um oratório quadrangular, decorado com azulejos barrocos e protegido por um gradil. No interior do oratório, existe uma imagem de Nossa Senhora do Pilar, com uma lâmpada de azeite acesa, constantemente conservada pelos devotos.
Em Ouro Preto, Minas Gerais, também existe uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Pilar. A Matriz de Nossa Senhora do Pilar é uma das edificações católicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante o ciclo do ouro no Brasil.
(Foto de arquivo pessoal março de 2015)
Saragoça é uma cidade que começou a ser povoada por volta do século VII A.C., isto se sabe por causa dos restos encontrados de habitantes da idade do Bronze. A cidade foi fundada a 24 A.C. pelos romanos, chegou a chamar-se Caesaraugusta em honra a César Augusto. Desde então são muitos os episódios que Saragoça tem visto a história fazer passar diante dos seus olhos.
A cidade nasceu sob o Império Romano e foi crescendo aos poucos, durante os primeiros séculos da nossa era foi acontecendo um desenvolvimento no qual Saragoça converteu-se numa passagem obrigatória das legiões romanas que se deslocavam para outro local da Península Ibérica.
Depois de séculos de decadência, o III e o IV da nossa era, chegaram os visigodos, sendo este um período efêmero até que chegaram os muçulmanos à cidade, batizaram-na como Saragusta e esta se converteu num reino independente. O período de ocupação árabe na cidade prolongou-se quase até ao século XII, eram tempos de reconquistas, mais concretamente foi Afonso I o Batalhador o que reconquistou a praça no ano de 1120, convertendo a cidade na capital de Aragão, e na capital em que os Reis do Reino de Aragão, um dos mais importantes do momento, foram coroados.
A cidade foi-se desenvolvendo nos séculos seguintes sob a bandeira do reino de Aragão, e teve outro desses episódios que ficam gravados no ano 1808, quando se deu a invasão napoleônica de Saragoça, o que levou a uma época de depressão causada pela destruição e pelo êxodo da população que vivia lá.
Anos mais tarde, a cidade começou novamente a ressurgir, e ressurgir de tal maneira que até aos dias de hoje ainda não parou.
Visitar Zaragoza foi uma das experiências mais agradáveis da minha viagem pela Espanha. Emocionei-me ao beijar o pilar que conduziu Maria Santíssima ainda em vida a aquele local de orações. Zaragoza é uma cidade que parece convidar o recém-chegado a certo jogo de sedução. Meio tímida no início, até se revelar vibrante e totalmente encantadora conforme você a conhece melhor, o que pode ser feito mesmo em poucas horas como o nosso caso. A praça mais famosa sintetiza uma cidade que supera qualquer expectativa: você chega para ver “apenas” a Basílica Del Pilar e é presenteado com um conjunto arquitetônico incrível, com outras edificações fabulosas a disputar nosso interesse. Essa impressão que me ocorreu em todas as cidades que visitei “muito melhor do que eu esperava” e tive a sorte de conhecer embora rapidamente durante os sete dias que passaram como num estalar de dedos. Não tenho dúvidas de que Zaragoza merece estar no roteiro de quem realmente gosta de viajar.
Misteriosas foram às vias escolhidas pelo Senhor para tornar efetivo esse mandato. As primeiras pregações dos Apóstolos, logo após Pentecostes, tiveram lugar em Jerusalém (cf. At. 2, 41ss). Elas ocasionaram uma avalanche de conversões, fazendo explodir o ódio do Sinédrio contra os que abraçavam a Fé em Cristo.
Iniciaram-se, então, violentas perseguições, aguçadas no período em que, pela saída de Pilatos do governo da Judéia, fez-se um vazio de poder e o Sinédrio ficou de fato com o mando nas mãos. Com isso, muitos cristãos viram-se obrigados a fugir para outras terras, levando consigo o testemunho de uma Fé afetada pelas provações. Eram eles o fermento que começava a penetrar na massa do mundo pagão para, de dentro, transformá-lo por inteiro.
Quando Jesus pediu para os discípulos se reunirem na Galileia para as últimas recomendações, disse-lhes: “Foi me dado todo poder no céu e na terra. Ide, pois ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até o fim mundo.” (Mateus 28,17-20).
Podemos supor que os apóstolos se reuniram para fazer a distribuição dos trabalhos missionários e cada apóstolo recebeu uma região para levar o nome de Cristo. Na hora da partida, teria solicitado as bênçãos de Maria como verdadeira Mãe.
São Tiago recebeu a incumbência de levar o nome do Salvador às províncias romanas da Espanha. Como os demais apóstolos fizeram, ele foi solicitar as bênçãos maternais a Maria Santíssima. Conforme narra à tradição, Nossa Senhora teria dito a ele: “Vai, meu filho, cumpre a ordem de teu Mestre e por Ele te rogo que naquela cidade da Espanha, em que maior número de almas converterem à fé, edifique em minha memória um templo no lugar que então indicarei”.
Tiago seguiu, então, para a Península Ibérica e pregou o nome de Jesus em muitas cidades. Mas foi na cidade de zaragoza, às margens do rio Ebro, que seu trabalho obteve êxito e foi coroado. Entre os convertidos ao cristianismo, estavam oito rapazes que passaram a ajudar Tiago em sua missão. À noite, reuniam-se para orar. Muito pouco se conhece, entretanto, sobre as circunstâncias de sua pregação. A respeito do lugar em que o Apóstolo aportou e o percurso por ele seguido, os dados disponíveis permitem apenas aventurar hipóteses. Pode-se, porém, dar por certo que no ano 40 ele se encontrava na cidade de Cæsaraugusta, atual Zaragoza, onde, depois de infaustos labores missionários, obtivera frutos muito modestos. Segundo consta, em toda a nação apenas sete famílias haviam abraçado a Fé em Cristo. Estas o acompanhavam em suas peregrinações.
Conta-se que, certa noite depois de suas orações, Tiago foi repousar que na noite de um para dois de janeiro do ano 40, o Apóstolo São Tiago saiu do recinto amuralhado de Cæsaraugusta para ir rezar à beira do rio Ebro os salmos do Deus verdadeiro, costume judaico ainda conservado pelos primeiros cristãos. Pensava, certamente, no desdém com que os habitantes daquela cidade, mergulhados no paganismo e no vício, desprezavam o convite à vida da graça. Era chegado o momento escolhido pela Providência para marcar pelos séculos uma nação inteira.
Pela madrugada acordou com vozes angelicais cantando a Ave Maria. Ele se ajoelhou e em seguida a Mãe de Deus sentada em um pedaço de coluna de mármore. Maria o convidou para se aproximar e lhe mostrou o lugar onde queria que fosse edificada a igreja. Disse-lhe que conservasse aquela coluna na qual estava sentada e a colocasse no altar do templo, pois aquele pilar permaneceria ali para sempre. O apóstolo agradeceu à Mãe de Deus pelo imenso favor daquela manifestação (na realidade, uma bi locação, pois Maria ainda vivia). Essa é considerada a primeira aparição de Nossa Senhora.
Ajudado pelos oito rapazes seus seguidores, Tiago deu início à construção de uma capela, voltada para o Rio Ebro, colocando o pilar na parte superior do altar. Mais tarde, construiu-se ali, em Saragoça, uma grande e majestosa basílica, em honra à Rainha do Céu, existente até hoje. Com o decorrer dos anos, nasceu à devoção a Nossa Senhora do Pilar, que logo se espalhou por todo o país e hoje é venerada como padroeira da Espanha.
Nossa Senhora do Pilar é considerada a primeira aparição mariana. Os carmelitas espanhóis, instalados na Bahia desde 1960, trouxeram a devoção ao povo brasileiro. Dali, ela se propagou por diversas cidades, como Olinda e Recife, Itamaracá, São João Del Rei, Curitiba.
Merece destaque o monumento em homenagem a Nossa Senhora do Pilar erigido por Pascoal Marques de Almeida, em Salvador, na Bahia, em 1973. Trata-se de um pilar que possui na parte superior um oratório quadrangular, decorado com azulejos barrocos e protegido por um gradil. No interior do oratório, existe uma imagem de Nossa Senhora do Pilar, com uma lâmpada de azeite acesa, constantemente conservada pelos devotos.
Em Ouro Preto, Minas Gerais, também existe uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Pilar. A Matriz de Nossa Senhora do Pilar é uma das edificações católicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante o ciclo do ouro no Brasil.
(Foto de arquivo pessoal março de 2015)