O Labor e Amor.
Um mestre de obras, trabalhando a muitos anos em uma firma construtora, ao chegar ao tempo da aposentadoria e iniciar a papelada, conversou com o patrão sobre seus planos de aposentado, inclusive para ter tempo para construir sua própria casa, rindo do dito popular “casa de ferreiro, espeto de pau”. Foi aí que o patrão, pediu-lhe para construir mais uma casa antes de se aposentar. Ele aceitou, desagradando a si próprio, para agradar o patrão. Construiu a tal casa, sem o mínimo cuidado com o material usado, como era de costume, as vezes com as tais gambiarras, embutindo o mal feito. Não colocou no trabalho, zelo e amor. Com a pressa de terminar, não fiscalizou, como de costume seus auxiliares.
Ao terminar entregou a chave da casa prontinha. O patrão nem agradeceu . Pensava ele, vingando-se do ex-patrão, ao entregar-lhe uma casa feita “pros côcos”.
Passados alguns dias o ex-patrão o convida para uma festa.Quando chega lá, era em sua homenagem, pelos seus dedicados e bons trabalhos na firma. Seu tempo de firma foi mencionado com alto reconhecimento em oratória emocionante. Foi-lhes entregue a chave da última casa que construiu para a firma, que passou a ser o proprietário. Bateu-lhe forte o remorso, de tê-la construída sem o mínimo de zelo e amor. Mas já era tarde. O bumerangue voltou para fustigar-lhe a consciência.
Lair Estanislau Alveas.