Sabedoria vinda por acaso
Minhas lagrimas escorrem ao som do ranger do balanço, com a ponta dos pés não deixo que o balançar pare, o vento brinca com meus cabelos e minhas mão vão ficar cheirando a ferrugem de tanto segurar as correntes.
As árvores parecem chorar junto comigo, o parque todo parece triste e cinza, como eu. Choro por um amor perdido, um pedaço de mim que se foi, como uma árvore que perde suas folhas, seus galhos... Sinto o cheiro de terra e lembro do seu perfume, eu gostava de dormir com sua camisa somente para ser sufocada com seu cheiro.
Uma senhora passa com seu pequeno cachorro e me observa, seco minhas lágrimas quando ela se aproxima e se senta no banco proximo a mim. Ela pergunta meu nome e eu respondo educadamente, sem me perguntar o motivo das minhas lagrimas ela me conta uma história bonita, mas ao mesmo tempo triste, do seu primeiro namorado... Confesso que não me lembro exatamente das suas palavras, mas me lembro de que no final do seu relato ela se levantou e se afastou com seu cachorrinho na coleira, um pequeno sorriso se instalou no meu rosto e meu coração se aqueceu com as palavras experientes daquela senhora. Me levantei do balança, peguei minha mochila e fui embora com o rosto seco de lágrimas e a mente lotada daquela sabedoria que fez minha dor se evaporar.