A LENDA DO AQUEDUTO DE LISBOA

Atualmente é um ato de irresponsabilidade, abrir uma torneira e deixar a água fluindo livre ao desperdício. Mas no passado não foi sempre assim, por séculos e milênios, as águas corriam livres sem nenhum zelo com respeito a sua preservação e estocagem. Na medida em que Levar água às populações passou a ser uma preocupação contínua. Surgiu a necessidade de uma engenhosa estrutura na criação de adutoras na captação e no transporte deste precioso liquido. Sendo necessária uma concretização que depende de um esforço vital. Essa tomada de consciência e o esclarecimento contra o ato ilícito do desperdício também se fez necessário.
Celebra-se no dia 22de março o dia mundial da água. É um momento oportuno para se falar deste liquido tão precioso, o elemento mais importante para o sistema de vida no universo, e que a cada dia se torna mais escasso em nosso planeta.
Por ocasião de nossa visita a Portugal, tivemos oportunidade em conhecer alguns dos aquedutos, que cruza os pais, um monumento que vai resistindo à ação do tempo ao longo dos séculos. Uma obra de arte fantástica onde as águas correram livres, saciando a população lusitana, como dádiva do nosso criador.
Em 1755, quando um terremoto arrasou grande parte de Lisboa,e a notícia se espalhou com rastilho de pólvora pela Europa, causando uma consternação geral. A comoção e a solidariedade projetaram-se sobre a cidade e o seu povo que se tornou mártires. Tragédia que resultou numa intensa produção literária e filosófica
— Voltaire o escritor e filosofo francês foi o que mais se destacou. Nessa tarefa de imortalizar os aquedutos através de sua obra literária. Então Lisboa tornou-se o destino de muitos escritores que fizeram daquele momento o carro forte de suas obras e relatos literários.
Grande leva de curiosos, ou não, que se locomoveram para a capital portuguesa, a fim de explorar as imagens da devastação. Quando chegam, naquele cenário de desolação há um monumento que se destaca, intacto. O Aqueduto das Águas Livres, que seguia imponente e se transformou em objeto inspirador, para a fértil imaginação dos artistas que o imortalizaram como obra singular, sobretudo na sua travessia sobre o vale de Alcântara. O aqueduto lisboeta ganhou notabilidade. “Este aqueduto pode ser considerado como um dos mais magníficos monumentos de construção moderna na Europa e, sob o ponto de vista da grandiosidade, não é inferior porventura a nenhum dos que foram edificados no decorrer dos séculos. Descrever a competência dos homens que os projetaram, fica sempre aquém da realidade. É impossível comunicar aos outros o sentimento de admiração que se apossa da gente, logo à primeira vista, falta-nos a capacidade para descrever detalhadamente. Tão sublime é aquela realidade que temos diante dos olhos. Temos que ver para crer. São autenticas obras de artes se igualando com os castelos e palácios-, são grandiosos, sobretudo, caprichosamente trabalhados. Artes de uma engenharia e arquitetura praticada com verdadeira magia, um milagre de gênios, superando os monumentos modernos construídos com os recursos tecnológicos da atualidade, se comparados com a época em  que foram edificados podem ser considerados como frutos milagrosos.


Construído durante o reinado de D. João V para fornecer água a Lisboa, o aqueduto Lisboeta viria a ser terminado em 1744, tendo resistido ileso ao Terremoto de 1755. O projeto do aqueduto incluía na sua estrutura uma passagem suficientemente larga para permitir que os habitantes da cidade pudessem atravessar o vale de Alcântara desde Lisboa até Monsanto. Assim, a galeria interior ficou com dois corredores laterais de cerca de 60 cm de largura cada, que têm o nome de Passeio dos Arcos, pelos quais se pode caminhar e desfrutar de uma vista panorâmica única. Porém, houve uma serie de mortes inexplicáveis julgadas como uma onda de suicídios. Mortes estas que forçou o fechamento da passagem a partir de 1844 e que mais tarde foi atribuída a um bandido de nome Diogo Alves. Ocorreu grande perda de vidas ate que descobrisse que a violência foram crimes praticados pelo assassino impiedoso, que lançava as suas vítimas do alto do aqueduto, depois de roubá-las. A violência dos crimes praticados e o estado de terror que estes atos impiedosos semearam na cidade, tornaram o bandido “a Lenda Negra do Aqueduto das Águas Livres.” O criminoso foi por fim apanhado pelas autoridades em 1840 e condenado, tendo sido um dos últimos sujeitos a quem foi aplicada a Pena de Morte em Portugal. Esta ação criminosa deste bandido nascido na Galiza e radicado em Lisboa nos lembra a do brasileiro Virgulino, ou seja, o famoso fora da lei, o cangaceiro Lampião que morreu emboscado pela policia, em Angicos no estado de Sergipe. Depois de aterrorizar o nordeste brasileiro.
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OBS (:foto de março de 2015 arquivo pessoal)
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 14/10/2015
Reeditado em 16/10/2015
Código do texto: T5413948
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