ATÉ O PERDÃO

Lembro-me da minha indignação quando meu pai me ordenou:

- Peça Desculpas!

Mas como, Rogério era o menino que me perseguia no colégio. E agora que reagi e dei-lhe um soco de volta, meu pai me contrariava:

- Peça Desculpas!

Mesmo sem entender, obedeci.

O tempo passou e num destes reencontro de intervalo entre as aulas, Rogério se aproximou. Estava visivelmente diferente.

- Mauricio, há muito estou tentando arrumar um jeito de falar. Cara, você me surpreendeu com aquele pedido de desculpas. Me deixou muito sem graça. Pô cara, me desculpe também. Por tudo que te fiz passar.

Eu surpreso, só balançava a cabeça. Desde aquele dia, nunca mais fui importunado.

Hoje 30 anos depois, divido com você a experiência que aquela atitude, incentivada pelo meu velho pai não só debelou um mal que encontraria em mim mais um agente, como fez com que dois universos, eu e Rogério, fossem transformados pelo poder do perdão