Silvano -o sortudo
Silvano- o sortudo.
Silvano, um jovem do interior de São Paulo, tinha um pequeno distúrbio mental, porém, com uma pureza de coração enorme! Parecia uma criança.
Morava somente ele com sua mãe. Sua gnitora havia ficado viúva muito jovem. Fogosa, cheia de saúde, queria muito se casar novamente, mas Silvano era muito ciumento. Assim que parecia um pretendente, ele dava um um jeito de atrapalhar, deixando sua mãe fula da vida.
Ela pensava com seus botõs: “ Se Silvano arranjar uma namorada , vai parar de pegar no meu pé”. Certo dia, chamou silvano e disse-lhe: “ Você não acha que está na hora de arrumar uma namorada? Silvano respondeu:-Mas ninguém me quer. Como devo fazer para que alguém se interesse por mim? Sua mãe falou: “ Você vai à uma festa, e tudo que os outros fizerem , você faz também. Quem sabe alguém pode se interessar e você a pede em namôro.
Silvano saiu a esmo, viu uma casa repleta de gente, entrou com a sua violinha dentro do saco. Não sabia tocar quase nada, mas arranhava alguma coisa.
Era um velório e, o povo estava rezando o terço cantado. Ele pensou que era uma festa, tirou a violinha do saco e começou a cantar. Deram-lhe uma surra.
Chegou em casa, contou para à mãe o acontecido. Ela explicou tudo direitinho, mas ele não acertava uma.
Outra vez,e le vai à uma festa de aniversário. Todos cantando, dando os parabéns, como ele havia apanhado porque cantou na vez anteior, ele fingiu um choro e, começou a chorar.
Deram-lhe outra surra. Contou à sua mãe, ela tornou a lhe explicar. Preste bem atenção. Veja o que alguém está fazendo, e você faz igual.
Assim que chegou domingo, ele foi à missa, naquela época, o sacristão levantava a batina do padre e a beijava. Assim que o sacristão levantou a batina do padre e beijou, ele levantou a saia de uma Sra. e beijou também. Tomou outra surra de guarda–chuva. Saiu correndo e foi-se queixar novamente para sua amada mãezinha. Aí, ela vendo que ele não dava uma dentro, desistiu da ideia.
Ceto dia, ela estava com vontade de comer chouriço, mandou que Silvano fosse ao matadouro buscar sangue. E para ele não esquecer, o aconselhou que, ele fosse dizendo em voz alta: “ Tomara que saia muito sangue”. E lá vai o nosso protagonista, quase gritando: “Tomara que saia muito sangue, tomara que saia muito sangue” .
Dois homens brigando no meio do caminho. Rolando na poeira. E Silvano,” tomara que saia muito sangue”. Tomara que saia muito sangue”. Deram-lhe surra e falaram: Você tem que dizer: tomara que separe”. E lá vai Silvano de novo, gritando: “Tomara que separe, tomara que separe”.
Estava saindo da igreja, um casal. Os convidados jogando arroz na noiva. E Silvano, grita: “Tomara que separe, tomara que separe”. Tomou outra surra. E aconselharam a dizer: “Tomara que saia outro” E Silvano esqueceu tudo o que falou anteriormente e, começou gritar pelas estradas: “ Tomara que saia outro, tomara que saia outro”.
Ia saindo um enterro e, ele grtia: Tomara que saia outro, tomara que saia outro”.
Deram-lhe outra surra. Silvano estava cansado de apanhar. E o aconselhaam a dizer: “ Tomara que não saia nenhum”. E ele vai gritando pela estrada: “ Tomara que não saia nenhum, tomara que não saia nenhum”.
Dois caminhões atolados. Os homens desesperados para tirarem os veículos da lama, e Silvano: “ Tomara que não saia nenhum, tomara que não saia nenhum”.
Deram –lhe outra surra e o aconselharam a dizer: “tomara que saia os dois”.
Quase chegando perto do matadouro, lá ia o nosso herói gritando: “ Tomara que saia os dois, tomara que saia os dois”. Um homem foi atravessar a cerca e furou um olho no arame farpado.
Correu com um olho só, e deu outra sova em Silvano.
Silvano volta pra casa sem o sangue que a mãe tanto encomendou. Toma outra surra de sua mãe.
Passados uns dias, a filha do prefeito foi sequestrada. Ninguém tinha coragem de entregar o dinheiro do resgate. O prefeito, aproveitando da inocência de Silvano, o chama em seu gabinete, e faz a seguinte proposta. “Se você entregar a grana para os sequestradores e trazer minha filha sã e salva, eu a dou em casamento. Silvano, louco para se casar, topou a parada, sem medir as consequências.
E foi como o pacote de dinheiro no local marcado pelos sequestradores.
Quando chegou ao local, os sequestradores planejaram a matá-lo, eram no total de quatro.
Mas Silvano tinha uma arma secreta que ninguém sabia, exceto o historiador; ele tinha um chulé terrível! Arrancou a botina do pé e enfiou no nariz dos caras. Todos desmaiaram. Silvano imediatamente desamarrou a moça, e com a corda amarrou os quatro.
Trouxe a moça sã e salva para alegria e felicidade de todos. O prefeito mandou a polícia prender os sequestradores. Nouto dia mesmo, fez o casamento dos dois. A moça não se agradou muito com a ideia, mas, afinal, Silvano salvara sua vida. Em troca, por gratidão, ela aceitou. O prefeito mandou o médico dar-lhe um antiséptico para curar o seu chulé horrendo.
Pagou um psicólogo para melhorar o Qi de Silvano. Sua mãe arrumou um casamento que tanto queria. E Silvano estudou muito. Na próxima eleição, foi candidato e ganhou estourado.
Viveu feliz com a sua amada, por muitos anos. Tiveram muitos filhos.
Quero esclarecer aos leitores que o Serginho, filho do saudoso Sebastião Azevedo, me ajudou a escrever esse conto. A História do prefeito, foi ele que deu a ideia.