O PINTOR
Sonia trabalhava para mim como diarista.
Ótima pessoa, bem humorada, honesta, trabalhadeira, fazia tudo com muito capricho. Veio cuidar de mim quando fiz uma cirurgia e fez as vezes de enfermeira com muita dedicação, além de se ocupar do trabalho doméstico. Me ajudou a tomar banho, me vestir.
Não consigo entender o motivo, o porquê dela ter uma vida tão atrapalhada. Está com mais de cinquenta anos, não tem onde morar, paga aluguel, e os quatro filhos que tem, e que ela ama muito, só lhe dão preocupações.
Me contou que o Jeferson, o mais velho, está desempregado. Perguntou-me se eu teria algum trabalho temporário, um bico para que ele ganhasse um dinheirinho.
Durante um temporal, entrou água em meu quarto e a parede interna ficou muito molhada, resultando em uma mancha feia e mofada. Pensei, então, em chamar o Jeferson para pintar aquele quarto, pois soube que ele já trabalhara como pintor de paredes. Sonia concordou e no dia seguinte lá estava ele. Apareceu muito bem vestido: camisa branca, impecável, calça social preta. Os sapatos pretos pareciam ter sido engraxados e lustrados.
Entreguei a ele a tinta, o rolo e outros materiais que eu havia comprado. E fui para a cozinha preparar o café. Depois de um tempo, voltei ao quarto e vejo Jeferson já adiantado na pintura. Para minha surpresa, Jeferson está com a mesma roupa e sapatos. Espantada, eu pergunto:
"Você não trouxe uma roupa e sapatos velhos para trabalhar?"
Ele me diz que não e eu fico a pensar...
Agora entendo porque Sonia tem motivos de sobra para se preocupar tanto com as besteiras cometidas pelos filhos....
Só faltou o paletó para Jeferson ter vindo fazer a pintura das paredes vestindo um terno completo... e sapatos sociais.
Tem jeito de uma coisa dessas dar certo?
Sonia trabalhava para mim como diarista.
Ótima pessoa, bem humorada, honesta, trabalhadeira, fazia tudo com muito capricho. Veio cuidar de mim quando fiz uma cirurgia e fez as vezes de enfermeira com muita dedicação, além de se ocupar do trabalho doméstico. Me ajudou a tomar banho, me vestir.
Não consigo entender o motivo, o porquê dela ter uma vida tão atrapalhada. Está com mais de cinquenta anos, não tem onde morar, paga aluguel, e os quatro filhos que tem, e que ela ama muito, só lhe dão preocupações.
Me contou que o Jeferson, o mais velho, está desempregado. Perguntou-me se eu teria algum trabalho temporário, um bico para que ele ganhasse um dinheirinho.
Durante um temporal, entrou água em meu quarto e a parede interna ficou muito molhada, resultando em uma mancha feia e mofada. Pensei, então, em chamar o Jeferson para pintar aquele quarto, pois soube que ele já trabalhara como pintor de paredes. Sonia concordou e no dia seguinte lá estava ele. Apareceu muito bem vestido: camisa branca, impecável, calça social preta. Os sapatos pretos pareciam ter sido engraxados e lustrados.
Entreguei a ele a tinta, o rolo e outros materiais que eu havia comprado. E fui para a cozinha preparar o café. Depois de um tempo, voltei ao quarto e vejo Jeferson já adiantado na pintura. Para minha surpresa, Jeferson está com a mesma roupa e sapatos. Espantada, eu pergunto:
"Você não trouxe uma roupa e sapatos velhos para trabalhar?"
Ele me diz que não e eu fico a pensar...
Agora entendo porque Sonia tem motivos de sobra para se preocupar tanto com as besteiras cometidas pelos filhos....
Só faltou o paletó para Jeferson ter vindo fazer a pintura das paredes vestindo um terno completo... e sapatos sociais.
Tem jeito de uma coisa dessas dar certo?