Nesse dia a dor aumenta!

Seu Antão poucos não o conhecem no povoado do ribeirão quebrado, sua existência até lenda se tornou, uns dizem que ele foi criado por uma gorila pelas bandas do matão, outros juram que conheceu os progenitores, mas quando a noite chegava, ninguém mais podia vê-los, somente Antão aparecia, o certo que este vive sem parentesco, e muito menos comenta de onde veio. Getúlio proprietário de muitas terras naquela região, gostava de gabar-se que salvado os dois numa tarde de muita chuva, onde rio preto transbordou, Antão meninote de colo mais sua vó, estavam ilhados, com meu burro campeiro, a bença da mãe Aparecida, e do Todo Poderoso, fiz essa façanha. O velho Antão quando ouvi essa história, nunca diz nada, dá um sorriso, balança a cabeça e sai de fininho. Certo dia chega na colônia um carro moderno com placa da capital, estaciona em frente da casa do seu Getúlio, desse um moço alto, cabelos castanhos, terno azul-marinho e uma pasta preta tira colo em umas das mãos. Depois de bater muitas palmas, vieram ao seu encontro apresada, Dona Tereza sua mãe, e os criados, ajudaram a tirar suas malas entram no casarão Foi notícia na queles dias, na vila todos queriam ver filho o seu Getúlio, formado em jornalismo, e era dr advogado também, veio passar uns dias na casa do pai. Dias antes de ir embora o dr Rafael, queria fazer uma matéria sobre aquele homem que um dia fez parte da sua infância. Seu Getúlio foi quem ajeitou o encontro. No dia marcado o jovem reporte, após tomar café, pegou os apetrechos se dirigiu para o grotão, aonde ficava a casa do Velho misterioso. Foi a pé, porque a estrada precária, não permitia tráfico de carro, como seu Antão costuma dizer: “Aqui neste recanto a civilização moderna esqueceu de passar”. Ao se aproximar da choupana, foi recepcionado por um cachorro, magro, ossudo, pelo cheio de sarna, mas valente, queria por todas maneiras proteger o dono. Logo sai um velho mal trajado, calça toda rasgada, amarrada com uma tira na cintura, vestia um chinelo de couro, boné de político da região, raiando com o cão, foi falando: Seu moço como cresceu, quando saiu daqui era tão miúdo, agora dr da cidade, Rafael não si lembrava tanto assim, mas rebobinou sua memória, ficou chocado no momento, depois aquelas lembranças o levaram até as lágrimas, mas quebrando o gelo o velho Antão indagou: Vamos deixar desse chororô, e vamos pros finalmente. Rafael deu um suspiro, tomou ar, e abrindo a pasta retirou um bloco com uma caneta dourada, pois o gravador encima de um caixote onde tinha uns pés de hortelã plantado numa bacia velha, e pediu: Conte tudo sobre sua vida, pode lasca brasa: O velho com voz rouca começa, dos meus pais quase não sei nada, posso fala que vim do sertão do agreste, me lembro que quando dela saímos, eu era muito pequeno, viemos em dois caminhões, chamava de pau de arara, um deles que estava meus pais tomou rumo errado, notro eu e minha vó, que só lembro que chamava de Madrinha, fomos para na região de Corbélia no Paraná, um certo dia, minha avó conheceu um senhor, este convidou pra tralhar na casa dele, eu devia ter por volta de quinze anos, mas depois de dois anos minha vozinha faleceu, fiquei com seu pai, ele me amparou, e como sabe aqui estou. Deve está perguntando nunca teve namorada, não quis se casar! Na verdade pretendente não faltou, mas um acidente na lida de gado, ainda jovem, pois fim no sonho de um dia formar uma família.

ANTECIPO DESEJANDO FELIZ DIAS DOS PAIS!

Jova
Enviado por Jova em 06/08/2015
Reeditado em 06/08/2015
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