A PROTAGONISTA ANTI-AMAR
Marcie tinha um jeito todo dela. Na época da faculdade tirava notas altas pelo método tradicional: estudando. Toda esquisita ela era. Mas era um esquisito todo dela. A risada? Ninguém tinha. Também ninguém dizia pra ela que aquela forma engraçada de rir pra valer, era linda. Aos finais de semana Marcie bebia uns drinks com seus poucos – mas bons – amigos. E nestes momentos de companhia boa é que ela sentia o sentido da vida. Marcie escondia seus reais pensamentos debaixo do volume do cabelo belamente desenhado com cachos, e fazia de conta que não amava ao esconder os sentimentos num coração bem guardado sob o casaco azul.
Por vezes se expressava nas letras, nos desenhos, nas fotografias ...
Mas ela mesma não se via, e desistia.
Marcie era poesia e não sabia.
Alguém um dia roubou dela a ousadia,
Era difícil fazê-la acreditar que a pena valeria.
Penosa é a vida sem amar ninguém. E Marcie pensava nisso também. Havia ela se perdido de si mesma? Talvez ela já nem soubesse quem era. Talvez eu não soubesse. Talvez Marcie nem fosse o seu nome. Apenas parte da minha inspiração que some. Dos Causos que Conto, Marcie era a mais enigmática das descrições, mas emudecia os socorros nas suas raras aparições.
- Dias cinzas fazem meu coração estranhamente sorrir!
- Você é esquisita Marcie. Assim não consigo escrever você.
No fundo eu sabia que a tristeza também podia ser bela. Mas ninguém sorria como ela. Ela, não sabia ...
Enquanto isso, eu não escrevia!
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)