O QUILOMBO DO CABOCLO MAMADOR.

O QUILOMBO DO CABOCLO MAMADOR.

Há décadas havia em uma cidade pequena uma igrejinha, um circo e um terreiro de macumba. Todos os domingos havia missa; todos os domingos havia espetáculo no circo. Todas as quartas e sábados havia batuque e roda de capoeira no terreiro. Há quem diga que lá também havia um caboclo que mamava as mulheres e elas engravidavam. Se era verdade não sei. Só sei que todo ano uma criança nascia no quilombo.

Na região havia, também, um casal de Delegados de Polícia, sem filhos. Chegou ao ouvido do casal tal proeza do Pai de Santo. Num sábado o delegado e sua mulher resolveram ir a uma sessão de batuque. Os tambores batiam fortes, chamando os quilombolas para início dos trabalhos.

Cada homem levava uma garrafa de cachaça. As mulheres vestiam-se de branco e usavam bata sem sutiã. E o batuque era animado com rodas e cantorias Afros. São Jorge era exposto como o santo guerreiro. Depois da cachaçada uma pomba-gira entrava no meio do terreiro e todos dançavam ao som dos tambores e cantos Africanos.

Então entrava em cena o caboclo mamador. As mulheres tiravam as batas, e, sem sutiã entravam na fila. E o caboclo mamador fazia seu serviço: mamava uma por uma. E a cantoria... E o batuque... E a cachaçada... E o Pai de Santo fumando cachimbo. E as horas iam passando. E o Delegado só observando...

Aí... Aí... Chegando a vez da mulher do Delegado ser mamada o bicho pegou!

- Na minha mulher caboclo nenhum vai mamar nem chupar!

O Delegado tirou o revólver .38 da cintura e foi tiro pra todo lado. Os quilombolas começaram a correr. As mulheres começaram a gritar e chorar. O Pai de Santo escafedeu-se e o caboclo mamador está correndo até hoje...

F I M.