“Atirei o pau no gatô tô
Mas os gatô tô
Não morreu reu reu
 
Puxei o revolver ver
Atirei nelê lê
E o gatô tô
Morreu reu reu”
 
Cantiga impopular
 
Odeio gatos e tudo que se assemelhe!
 
Por isso odeio a Milena!
 
Tira tudo da cabeça de um gato, só deixa os olhos e a boca; tira tudo: pêlos, bigodes, nariz, orelhas e não esquece aquela pele rosada, fina e nojenta! Só deixa os olhos, verdes tipo vidro, e a boca pequena. Agora vamos montar a cara dela: você sabe que esse bicho tem a cabeça em forma de losango — aquela figura que parece um balão de festa junina meio achatado — então estica um pouco a figura puxando a ponta de cima e segurando as pontas laterais. Aí, tá bom assim. Agora arredonda as pontas. Aí, tá bom. Pronto. Os olhos e a boca estão no lugar certo, agora coloca um nariz pequeno e arrebitado entre eles, põe duas sobrancelhas finas, orelhas pequenas, pele bem branca e cabelos loiros, lisos, curtos e uma franja ridícula jogada para a esquerda. Ficou feia? É assim mesmo; essa cara de gato que me causa repulsa!
 
É uma repulsa que me afasta do bicho! Saio de perto e pronto, resolvido o problema.
 
Resolvido porra nenhuma!
 
Milena me causou repulsa assim que a vi entrando no prédio da empresa. Deixei que fosse na frente, mas ela insistiu em segurar a porta de vidro para que eu entrasse; demorei para ver se ela desistia, só que não. Segurou a porta do elevador até que eu chagasse; demorei ainda mais e ela não desistiu. Só nós no elevador, só uma luz acesa no painel: nono andar. Tentei lembrar da novela, do jogo, do jornal, tentei me concentrar. As mãos já suavam e tremiam — é o primeiro sinal. Encostei-me no canto oposto, encurralado. O coração disparou, os joelhos tremeram. Parecia que ela ia puxar assunto. Tlimmm. A porta do elevador nem abriu direito, saí quase correndo para a minha sala sem olhar para trás.
 
Tremia, suava, pernas moles, coração tututututu! Caí sentado na cadeira, afrouxei a gravata, respirei fundo várias vezes, tentando pensar em coisas diferentes de gatos, mas os desgraçados apareciam na minha mente! E com a cara da Milena! Abri a janela e senti o vento forte do nono andar. Fui me acalmando... acalmando... tumtumtumtum... coração se acalmando... respirando... respirando... tremendo menos... tum... tum... tum... quase bom... ainda tremendo um pouco...
 
Cícera, minha secretária, escolhida com critérios nem tanto profissionais, fez sua visita matinal na minha sala. Bandeja com café, água, cookies que ela mesma fazia — terapia ocupacional, chefe — a pasta do expediente do dia, a agenda e o caderno de anotações numa sacolinha de pano, que ela mesma fez — terapia ocupacional, chefe — que passou a usar logo que viu a missão quase impossível que é carregar tudo ao mesmo tempo.
 
Insisti em contratá-la porquê é feia! Na verdade não é bem por causa da feiura; é que ela não lembra, nem de longe, um gato; talvez outro bicho.
 
— Bom dia, chefe! A candidata à vaga do financeiro já chegou, posso... Chefe? Chefe? Nossa, o senhor tá pálido!
 
— Agora tô bem... Tô bem, graças à Deus! O pior já passou... já passou...
 
— O senhor tá suando frio! Vou chamar um médico aqui e...
 
— É sério! Agora eu tô bem. Só quero tomar um café e... comer seus cookies...
 
Pedi que me desse um tempinho e ela insistiu em ficar. Insisti que saísse, mas sabia que ela ficaria atenta a qualquer ruído ou falta de ruído. Fui ao banheiro, joguei água no rosto, olhei no espelho e já havia um pouco de cor de gente. Ajeitei a gravata, acertei os cabelos, ensaiei uns sorrisos no espelho, sentei, comi mais um cookie, tomei mais um gole de café e mandei a Cícera chamar a candidata.
 
A porta abriu, a Cícera entrou e anunciou a candidata à vaga no financeiro: Milena!
 
Outra vez na jaula com a fera!
 
O coração disparou tutututututu, tremedeira, braço esquerdo dormente, suor abundante escorrendo pelas têmporas, sensação de que os cookies sairiam voando pela boca a qualquer momento, comichão na tampa da cabeça, azia... Cícera pediu para Milena — desgraça de bicho do inferno — esperar lá fora e veio me abanar.
 
— Chefe, vou chamar um médico...
 
— Não! Não precisa! Só segura a minha mão! Só segura a minha mão! — era só para segurar a mão, mas ela me acolheu num abraço. Demorou, mas fui me acalmando. Respiração melhorando, suor parando, coração mais devagar. A tremedeira ainda demoraria a passar.
 
— Toma mais um café, chefe! Meu Deus, que foi isso? Come mais um cookie, que deve ser estômago vazio. O senhor não tomou café da manhã, né?
 
— Cícera, dá um jeito de tirar essa... essa... — e gesticulei coisas desconexas, quase derrubando o café — essa moça daqui. Por favor!
 
— Chefe, o senhor conhece essa moça? — e fez cara de esposa ou mãe, sei lá.
 
— Não, não! Só preciso de um pouco de tempo! Por favor, dá um jeito nela!
 
— Tá bom! Deixa comigo.
 
O braço ainda estava um pouco dormente e a comichão na tampa da cabeça migrou e transformou-se em dor latejante na testa. Tomei mais café e comi outro cookie. Nem me interessava o que a Cícera devia estar pensando de mim. Abri a porta e olhei pela fresta; ninguém. Estiquei o ouvido; silêncio.
 
Saí.
 
Atravessei o corredor andando como quem está no controle. Entrei sem bater na sala da Clara, minha sócia:
 
— Carlos? Desculpa Gabi, agora a mamãe vai ter que desligar, tá. Te amo. Tchau! O que...
 
— Clara, me ajuda, por favor!
 
— Calma Carlos! O que...
 
— A candidata à vaga no financeiro tá aí, mas eu preciso sair. Eu preciso sair! Você dá um jeito nela por mim? Por favor, dá um jeito nela!
 
— Tá, deixa comigo. Mas, você tá bem? Parece...
 
— Tô, tô sim! Só preciso sair... Dá um jeito nela, por favor!
 
Saí apressado da sala da Clara. O elevador não chegava e não adiantava apertar ou esmurrar o botão. Desci de escada, afrouxando a gravata, pulado de dois em dois degraus. Passei pela portaria, saí pela porta de vidro e continuei andando rápido, muito rápido, mais rápido.
 
Corri.
 
Quando não aguentava mais, parei e apoiei as mãos nos joelhos, pingando suor, tentando respirar, um calorão danado. Arranquei o paletó, tirei a gravata, ainda ofegante, ainda suando, ainda tremendo. Olhei ao redor e fiquei mais agitado ainda!
 
As pessoas me olhavam como seu eu fosse um anormal.
 
As pessoas me olhavam como os gatos olham!
 
Saí andando rápido, mais rápido, muito rápido.
 
Corri e corri e corri.
 
Corri para onde me sinto seguro, para onde sempre me senti protegido, para o território sob o meu domínio: meu escritório, minha empresa! Passei pela porta de vidro, subi de elevador, atravessei o hall andando depressa, com o paletó amassado e a gravata na mão. A camisa com manchas enormes de suor. Muito vermelho, os cabelos grudados na testa, pingando suor, ofegante.
 
Seguro.
 
Cícera não estava na sua mesa. Ótimo, assim não precisaria explicar nada.
 
Arregacei as mangas da camisa, sentei na minha cadeira — meu trono. Peguei alguns papéis e tentei me concentrar no trabalho. Uma gota de suor pingou no papel, mais uma e mais outra, a caneta estava tremendo. Tentei tomar mais café e a xícara tremia a caminho dos meus lábios.
 
Eu estava seguro! Meu território; minhas regras!
 
Regra número um: nada de gatos, número dois: sem gatos e número três: gatos nunca!
 
— Quem manda nessa porra sou eu! — desisti do café, tentei um cookie, mas a boca estava seca. Tomei água; eu e minha camisa tomamos água. Ainda tremia. — Essa desgraçada parece com um gato! Nunca senti essa repulsa por uma pessoa! Mas também ela se parece com um gato! Parece que vou enfartar! — desabafei sozinho.
 
Tentei lembrar-me de alguma coisa da infância, algum trauma, algum acidente, algum arranhão. Só lembrei que desde criança gatos me causam repulsa. O gato entrava; eu saía! O gato estava ali; eu não ia ali! Estava mais pra lá; eu ia mais pra cá!
 
Fácil de resolver.
 
Não me lembrei de nenhuma causa, mas lembrei de uma vez ter acelerado o carro quando um gato atravessava a rua. Ele ainda parou, virou a carantonha preta para mim, parecia um demônio, e disparou para o outro lado da rua. Quase! Quase peguei o desgraçado!
 
Meu carro; meu poder!
 
Meu escritório; meu reino! Regra número um: nada de gatos, número dois: sem gatos e número três: gatos nunca!
 
Aí aparece essa Milena, com cara de gato, querendo trabalhar aqui! Até o nome da desgraçada lembra um gato!
 
Milena Mimi Miau!
 
Devia ter vindo de carro e atropelado ela!
 
Quando eu era criança, na escola, tinha um moleque que era o cão de tão ruim! Uma vez ele colocou um camundongo morto na minha mochila, sem que eu visse. Todos atentos para o início do show. Tirei o estojo, o caderno, o livro, o ratinho pela ponta do rabo, fui até o cesto de lixo, soltei o bicho, voltei para o meu lugar, abri o caderno, o livro e peguei o lápis.
 
Fiquei amigo de todos os meninos e fui repudiado pelas meninas.
 
Mais repudiado ainda por elas quando esse mesmo moleque pegou um gato que andava pela escola e jogou em cima de uma menina, que saiu correndo e gritando e veio se refugiar atrás de mim. Quando percebi do que se tratava, adivinha o que aconteceu...
 
Nada disso! Só sai correndo.
 
Corri, corri, corri e corri até chegar em casa.
 
Apavorado por ter ficado tão perto do perigo; apavorado por não ter protegido uma frágil menina de um monstro!
 
Apavorado
 
Apavorado a ponto de apavorar a coitadinha da vó Luíza...
 
Não voltei mais para aquela escola, não teve jeito de entrar lá outra vez. Foi um fuzuê lá em casa porque não falei o que aconteceu, mas acho que meus pais souberam de tudo indo lá na escola. Foram eles quem me ensinaram a simplificar as coisas, por isso quando o gato entrava, eu saía; o gato estava ali, eu não ia ali; estava mais pra lá, eu ia mais pra cá.
 
Não sei o que aconteceu que não tive a mesma habilidade naquele maldito dia que não fui trabalhar de carro! Podia ter atropelado a Milena; um bicho medonho a menos! Meu carro; meu poder! Meu escritório; meu reino!
 
Reino porra nenhuma!
 
A porta da minha sala abriu rápido, sem nenhum aviso, nenhuma batida. Entraram a Clara, Milena e a apavorada da Cícera, nessa ordem. Odeio essa mania da Clara de entrar sem bater, mas nunca tive coragem de falar isso para ela! E o resultado...
 
— Carlos, você não vai acreditar nas qualificações da Milena para a vaga no financeiro. Ela é simplesmente perfeita! Tá contratada! E o melhor é que ela começa hoje. Você acredita que ela tem até curso de...
 
— Chefe! Dá licença, deixa eu passar! Chefe, o que o senhor tá sentindo?
 
— Carlos? O que tá acontecendo com você?
 
— Chefe, fala comigo...
 
E eu, coitado, que nem conseguia falar, com uma dor danada no meio do peito, querendo vomitar, sem poder respirar, sem poder fugir... Fiquei sabendo que foi tudo bem rápido, só que não! Não para mim!
 
Da primeira pontada de dor no meio do peito até desmaiar foi um tempão. Unidades de tempo diferentes para quem tá morrendo, para quem não sabe o que fazer, para quem morre junto, para quem tenta socorrer. Relógios malucamente diferentes.
 
Sabe o que é pior? É perder o controle! Não, não! Ficar furioso é até bom de vez em quando, que dá uma relaxada. Perder o controle do corpo é uma merda!
 
É como se meu corpo não me pertencesse: fiz xixi e cocô nas calças, fiquei fedendo, e não consegui nem me preocupar com isso! E minha sanidade mental estava em ordem; tanto quanto não conseguir respirar direito me permita. Vomitei no que estava na minha frente; coisa ou gente! Vozes misturadas numa nuvem sonora disforme, imagens borradas, objetos duros e macios ao mesmo tempo, claridade leitosa. Não consegui andar com as minhas próprias pernas e fui carregado — só Deus sabe como — por três mulheres até a garagem do prédio, colocado no carro por elas, tão frágeis, delicadas!
 
Acordei num leito UTI e, assim que me localizei, a primeira providência que tomei foi proibir as visitas da Milena, a segunda me assegurar de que no hospital não havia gatos e a terceira saber o que aconteceu comigo.
 
Insegurança.
 
Estava de fraldas! Ainda não estava no controle, talvez nunca mais estivesse!
 
Confusão.
 
Não me lembrava de nada significativo, nada que fizesse sentido.
 
Aos poucos, bem aos poucos, uma imagem foi se formando na minha mente.
 
Fique agitado e confuso.
 
Acho que me deram algum calmante. Nem sei se combina calmante com infarto, mas acordei só no fim do dia seguinte, ainda confuso. Um monte de fios que iam do meu peito até uma máquina que media meus sinais vitais; media minha vida.
 
Hora da visita.
 
Uma pessoa se aproxima. Eu havia acabado de acordar, e via essa pessoa borrada. Ela falou comigo e não reconheci a voz, no momento. Quando consegui sintonizar o canal certo, percebi que era a Cícera e estava falando alguma coisa que aconteceu no escritório, que conseguiram me trazer a tempo até o hospital. Pedi que começasse de novo:
 
— Chefe, o senhor quase matou a gente de susto! Assim que o senhor começou a passar mal, já te levamos para o carro, na sua cadeira mesmo. E o trânsito estava bom, aí foi rapidinho chegar aqui. Foi ideia da Milena, sabia? Ela de socorrista também! Essa Milena num é maravilhosa?
 
Milena Mimi Miau!
 
A máquina apitou.
 
A dor no meio do peito foi como um coice, até a mandíbula sentiu. Ouvi aquele emaranhado disforme de vozes, rostos borrados de branco sobre mim. Só reconheci a voz apavorada da Cicera implorando para que me salvassem.

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Conto participante do desafio "Fobias" do blog Entre Contos, empatado em 8º lugar com o incrível conto "Ecos" de Pétrya Bischoff.
http://entrecontos.com/2015/06/01/odeio-gatos-cat-scratch-fever/
O regulamento do desafio determinou que o conto deveria ter um limite máximo de 3.500 palavras e um poema inédito de 4 versos. O autor deveria utilizar um pseudônimo nunca antes usado em outros desafios do blog, comentar todos os outros contos com seu nome verdadeiro e os comentários seriam abertos, liberados pelo moderador.
Para votação, as notas seriam de o à 10 para todos os contos postados.

Os comentários recebidos durante o desafio foram:
 
Laís Helena
13 de junho de 2015
1 – Narrativa, gramática e estrutura (3/4)
Gostei da narrativa, me prendeu até o fim. O uso do poema foi interessante, assim como a maneira como a fobia foi retratada durante todo o conto.
2 – Enredo e personagens (2/3)
O enredo é interessante, usando o próprio elemento que desencadeou a fobia para salvar o personagem. Apenas o relato de acontecimentos na escola ficaram um pouco fora de lugar; foram desnecessários. O medo do personagem foi bem transmitido ao leitor.
3 – Criatividade (2/3)
Gostei da maneira como Milena foi a salvadora do personagem.
13 de junho de 2015
Olá!
Olha eu acho gatos lindo, fofos, mas confesso que não curto eles perto de mim, porque o pelo solta na perna da calça da gente.
↓ A narrativa é simples demais e acabei desejando mais, porque a trama é muito boa. É um conto que entretém e diverte, mas não vai além (para mim).
↑ Narrativas engraçadinhas não funcionam bem comigo, mas tenho que dar o braço a torcer. Desse texto aqui eu gostei demais. Isso aqui é muito bom: “Regra número um: nada de gatos, número dois: sem gatos e número três: gatos nunca!” Gostei quando ele corre pra rua e as pessoas olham para ele como gatos. KKK Ficou ótimo a fobia do Carlos, Carlos. E todo o flashe foi certeiro para explicar melhor a tormenta do personagem. Me entreteceu, me fez rir, me causou aflição e foi bem competente no desenrolar dos fatos.
• Percebi o chagasse também.
Parabéns e boa sorte.

Bia Machado
13 de junho de 2015
Dessa fobia não padecerei, rsss… Gostei do tom de humor, da situação quase nonsense (digo “quase” porque sei que é passível de acontecer, ainda que nonsense, rs), talvez tenha se estendido um pouco além do que era necessário, mas o ritmo foi bom, e poucas coisas para arrumar, mais por conta do tempo apertado para enviar o conto, creio eu.

Wallace Martins
13 de junho de 2015
Olá, meu caro, Autor(a), tudo bem?
Então, meu caro, seu conto é bem escrito, o personagem é muito bem criado, tem vida própria, a raiva dele se sobrepõe e se projeta como algo real, mas o ritmo acelerado e a fobia, um pouco, forçada me fizeram não gostar muito do conto.
Sua escrita é muito boa, notei pouquíssimos erros ortográficos que me atrapalhassem na leitura, mas algumas partes que precisavam ser lapidadas, que poderia ter sido escrita com outras palavras, dando o mesmo sentido, mas tornando-se mais adequada dentro do texto e mais viva, bonita, digamos assim, tanto na parte estética quanto na parte de fluidez do texto.
A narrativa me pareceu fora do tema, ela é corrida demais, elétrica demais para um tema que clama por tensão, por suspense, por algo mais denso, entende? Uma narrativa corrida não consegue, ao meu ver, criar essa aura fóbica de pavor do personagem.
Não gostei do poema, foi, simplesmente, uma adaptação de uma cantiga que não me faz ver como poema, acredito que você poderia ter feito algo mais criativo, dedicado-se mais a este ponto, de verdade.
No mais, desejo-lhe boa sorte e os parabéns pelo ótimo conto.
Fabio D'Oliveira
13 de junho de 2015
❂ Odeio Gatos, de Cat Scratch Fever ❂
➟ Enredo: Eu amo gatos. Mas sei dividir as coisas, não se preocupe! O interessante do texto é o protagonista, um homem cheio de raiva. Os outros personagens também tem vida própria, mas ficam no escuro por causa de Carlos. As sequências ficaram boas, exceto quando ele resolve fugir. Essa parte não precisa existir, pois ele sai da empresa e volta para ela logo em seguida! É inútil. Enfim, a história é boa, em geral.
➟ Poema: Não é bem um poema. Sim, eu divido poema de música. Alguns poemas podem se tornar músicas, mas nem todos. E nem todas músicas podem se tornar poemas. Pode até falar que sim, mas no fundo, todos sabemos que não. Se fosse assim, bastaria escrever qualquer coisa numa folha e se autoproclamar poeta. Não é assim que funciona.
➟ Técnica: Muito boa, mas admito que precisaria melhorar algumas coisas. Contos elétricos mostram nossas falhas com mais facilidade. Releia o texto e você encontrará diversas partes que precisam de uma boa lapidação.
➟ Tema: Se encaixou, apesar do medo ser um tanto forçado, principalmente no final. Não consegui engolir por completo.
➟ Opinião Pessoal: Olha, pessoalmente, não gostei muito do texto. Não é pelo fato de amar gatos, é que o ritmo acelerado e narrativa agressiva não são meus favoritos. Nesse caso, não conseguiu me capturar.
➟ Geral: História boa, porém, um pouco elétrica demais. Técnica boa, mas precisa se preocupar um pouco mais com a lapidação. Poema não existe. E a fobia está forçada demais.
➟ Observação: Nada a declarar!
Fil Felix
13 de junho de 2015
Muito divertido e uma abordagem super diferente do tema. Pegou a fobia do gato e passou a para a pessoa, muito legal. A leitura flui fácil e super tranquilo, alem do conto ser bem fechado, sem muitas entoações. Gostei de como descreveu a agonia.
Só o poema que achei bem ruinzinho :/
 
Cácia Leal
13 de junho de 2015
Ué… ele correu, correu, correu e voltou pro mesmo lugar, pra empresa dele??? Essa parte ficou confusa.
Gramática: Alguns pequenos errinhos, como “Desculpa Gabi,” (faltou a vírgula antes do nome); “Milena Mimi Miau” (separar por vírgulas, enumeração, ou gradação); “show” em itálico; “num leito UTI” (de UTI); “Ela de socorrista também” (falta alguma coisa na frase);
Criatividade: bastante criativo. Muito bom. Excelente!
Adequação ao tema: Encaixa-se perfeitamente.
Enredo: A escrita é simples a narrativa também, mas o texto flui perfeitamente. Adorei o conto. Excelente! Parece uma crônica, divertida. Sem linguagem rebuscada, gostoso de ler, cativa o leitor. Você escreve muito bem, Parabéns! Gostei muito! Coitado do Carlos, mas coitada mais ainda da Milena, que nem tem culpa de nada!!!!… rs. Adorei mesmo!… Mas… e esse poema?????!!!! Nada a ver…. kkkk
 
Pétrya Bischoff
13 de junho de 2015
Buenas, Scratch!
Só para constar que eu amo gatos, eihn! hahahhaha
Curti o conto, ele faz alguns rodeios desnecessários, mas entendo que solidifica a paranóia. A escrita é simples e a narrativa permite a leitura fluir bem. O texto é engraçado e as descrições da Milena me fizeram não gostar dela tbm hhahaha. Só não entendi (e nem o próprio personagem soube explicar) sua fobia com gatos… Parabéns e boa sorte!
 
Evandro Furtado
13 de junho de 2015
Caraca essa foi extrema.
Realmente gostei, é um texto fluído, de fácil entendimento, com uma boa história.
Só não consigo entender esse medo por gatos, he he, são criaturas fantásticas, tão cute. Mas enfim, medo e medo e não se discute.
Parabéns.
 
Fabio Baptista
13 de junho de 2015
* TÉCNICA : 2 / 3
Daquelas leituras que fluem fácil e a gente nem vê o tempo passar. Nesse tipo de desafio acho que isso é primordial.
O autor soube utilizar bem o humor, mas pecou nas repetições, tipo “o gato estava ali…”
* TRAMA : 2 / 3
Uma completa insanidade, mas muito divertida.
Exige uma certo desapego da lógica (afinal, o medo é de gatos é tamanho que se estende às mulheres parecidas com gato), mas o resultado foi positivo.
*POESIA : 1 / 2
Vai ganhar um ponto por ter me arrancado uma gargalhada.
* PESSOAL : 1 / 2
Gostei bastante, faltou pouco pra nota máxima.
* TEMA : x1
Provavelmente o texto que melhor retratou a irracionalidade de uma fobia.
 
Renato Silva
13 de junho de 2015
Taí, um conto que explorou a fobia de seu personagem ao extremo. Eu só não consigo compreender o medo (e muito menos ódio) por gatos. É claro que a antipatia pelo personagem foi imediata. Não vejo diferença entre dizer que odeia gatos, bebês ou negros; é um sentimento totalmente irracional.
Apesar de tudo, gostei do conto. Foi bem escrito, com frases curtas e bem de leitura bem dinâmica e fácil.
Onde está o poema? Aquela pequena paródia não pode ser considerada um poema.
Boa sorte.
 
Felipe T.S
12 de junho de 2015
O conto é divertidíssimo, o autor realmente conseguiu aplicar o nervosismo do personagem aqui, deu pra sentir na pele. Pelo fato de confusão, ele repete algumas ações, por exemplo apelar pro café e o biscoitinho e as vezes, as coisas são até desesperadas demais, o que é engraçado, mas também perigoso. No geral um texto muito legal, eu leria de novo tranquilamente.
PS: Destaque especial para a descrição inicial da Milena, achei a interação com o leitor e a construção da imagem da personagem sensacional! hehe
 
Virginia Ossovski
12 de junho de 2015
Adorei o conto, neto da vó Luíza! Já estou morrendo de rir aqui, ficou perfeito! Gostei da forma como você explorou a fobia e principalmente o “fóbico”, bastante verossímil! Parabéns pela obra de arte !
 
rsollberg
12 de junho de 2015
Ah, Cat!
O bom e velho humor.
O conto é divertidíssimo, narrado com agilidade e com ótimas sacadas.
A fobia está bem pontuada, pode ser sentida.
O desfecho é ótimo.
Eu ri com o “cantiga impopular”, mas acho que não é verdadeiramente um poema, está mais para uma paródia, sei lá…
De qualquer modo, parabéns e boa sorte!
Wilson Barros
11 de junho de 2015
O conto é cientificamente verossímil; pessoas que têm fobia de aranhas não podem, às vezes, nem olhar um prato de macarrão. E a verossimilhança é uma grande qualidade em um conto que foge dos padrões. Os diálogos, o desenvolvimento, tudo foi muito bem construído em um conto de fantástica imaginação. O nome “Milena” foi muito adequado para a fobia. O conto é muito, muito engraçado, parabéns.
 
vitor leite
11 de junho de 2015
história bem contada, que nos agarra até ao fim, com muito humor, bom ritmo, passaram uns erritos na revisão, mas nada de mais, e esta história merece uma revisão geral para ficar com o mesmo ritmo desde o inicio até ao fim, eliminando alguns pontos menos bons e muitos parabéns. lamento que não tenhas investido nada de nada no poema.
 
Anorkinda Neide
11 de junho de 2015
Parabens pelo bom-humor!
Delicia ler algo nestes tons!
Candidato certo pro pódio, se não fosse o desleixo com o poema!! ahhh poxa! fiquei triste! :(
fui a culpada pela regra da poesia inserida neste desafio.. então, não perdoo mesmo que sequer tentastes compor uma, podia ter tres versos só… podia brincar com o nome Milena… rsrsrs
Então vai perder pontuação por causa disso.
bah, tô brava mesmo! kkkk
fizeste uma paródia que nem ficou legal :P
Ahhh.. boa sorte ae, por o conto é ótimo, o que melhor abordou a fobia com bom humor e o exagero necessário pra descontrair..parabens again!
abração
Simoni Dário
11 de junho de 2015
Essa fobia pega, terminei de ler suando, sem ar, já quase enfartando…que doido autor! Um conto divertido, pareceu mais uma caricatura dos sintomas de uma fobia, mas está valendo. Com o poema me parece que você quis assumir que não entende nada do assunto, assim como eu, que nem consigo comentá-los tamanha falta de intimidade com eles. Gostei dessa irreverência poética…rs
Muito bom, parabéns e boa sorte!
 
Gustavo Castro Araujo
11 de junho de 2015
Cara, muito engraçado. Ri um monte aqui. Melhor terapia para a hora do almoço, rs Gostei do ritmo frenético e da descrição da fobia. Sim, é exagerada pra caramba, mas casa bem com a aceleração da narrativa. Essa atmosfera irreverente que permeia o texto também ficou bacana, favorecendo a leitura. Enfim, é um texto que cumpre muito bem aquilo que se propõe. Não é algo memorável, mas diverte aos montes, o que não é pouco. O poema também vai por essa linha de “foda-se-o-mundo”, adequando-se, ou melhor, preparando o leitor para o texto. Enquanto lia, eu me lembrava de certas pessoas que se parecem com bichos, tipo aquela foto famosa do Churchill ao lado de um buldogue, ou a de uma antiga atriz da Globo que se parecia com um cachorro pequinês. Enfim, ótimo trabalho. Boa sorte!
 
Ana Paula Lemes de Souza
9 de junho de 2015
Hahahaha, foi um conto muito divertido. Passou a mensagem com maestria!
Eu que tenho motefobia, fiquei me colocando no lugar do personagem, pensando em contratar alguém com cara de mariposa. Quando eu vejo uma, eu simplesmente travo, dá taquicardia e uma crise horrível. Isso foi bem descrito.
Embora não seja um texto magnífico, bastante simples, inclusive, o papel foi bem desempenhado e eu gostei de trama
Apenas um erro:
Fique agitado e confuso = Fiquei agitado e confuso.
 
Tiago Volpato
8 de junho de 2015
Gostei do conto. O seu texto é bem agradavel e em nenhum momento fiquei aborrecido e quis largar a leitura. Como é isso é bom. Você mergulhou de cabeça na piscina da fobia e acho que de todos os textos (ainda não li todos) foi o que mais trabalhou a fobia.
O que não gostei do seu texto foi que não me entreguei totalmente ao fato da moça parecer um gato já deixar o cara em pânico. Isso pra mim pareceu um pouco forçado, mas não é algo que estrague o texto. O medo irracional não faz sentido, ok, respeito isso. Também não gostei muito do poema, mas quem se importa com poemas? (:P)
Essa dualidade entre essa pessoa que possuí habilidades incriveis e o fato de que não consigo (o personagem) nem olhar pra cara dela foi bem trabalhado, acho que foi isso que você quis passar.
Abraços!
rubemcabral
8 de junho de 2015
Olá, autor(a).
Um conto bem divertido. Curioso como a histeria só cresce desde as primeiras linhas, o que foi positivo.
De negativo destaco: a sua versão da cantiga popular é um poema bem fraco, e alguns erros de revisão passaram feito gatos fujões.
Somando prós e contras, contudo, achei um bom conto.
Boa sorte no desafio. Abraços.
 
Claudia Roberta Angst
6 de junho de 2015
Não sei se rio ou se choro. A narrativa é divertida em muitas passagens. Não sei se há muitos casos de alguém morrer por causa de uma fobia, mas se o personagem já apresentava um quadro de patologia cardíaca, quem sabe….
O nome Milena realmente lembra um miado. Ou um ser lânguido deitado em almofadas rs.
O poema está bem mediano, não diria sabrinesco, pois é quase a cópia da cantiga de roda.
Boa sorte!
 
Jefferson Lemos (@JeeffLemos)
6 de junho de 2015
Olá, Cat Scratch. Tudo bem?
“Aí aparece essa Milena, com cara de gato, querendo trabalhar aqui! Até o nome da desgraçada lembra um gato!” Hahahahaah
Gostei de metade do conto.Do começo até o meio, ri com algumas boas partes, tipo essa ai de cima. A narração estava condizente com o ritmo da personagem. O medo ficou bem explícito durante toda a narrativa, e isso é bom. Mas depois da metade, achei que a qualidade caiu um pouco. Não manteve aquele ritmo cômico do começo.
Acho que a falta maior é o poema, pois aquela introdução, ao meu ver, não é um poema.
No final, é um bom conto. Deu para rir!
Parabéns e boa sorte!
 
Brian Oliveira Lancaster
5 de junho de 2015
EGUA (Essência, Gosto, Unidade, Adequação)
E: Sou fã de gatas, então o título já sugeriu que poderia ler algo cômico.
G: O tom curioso e inusitado caiu muito bem. No entanto, o autor precisava dar um pouco de fôlego e tirar um tempinho para descrever melhor as cenas. A ideia está muito bem executada, mas tudo acontece rápido demais. Mesmo assim, a fobia foi bem explorada. Notei que é outro autor que está começando – a escrita está muito boa, basta treinar a coerência (entrelaçamento entre cenas e trocas de vozes).
U: Não notei grandes erros, você escreve bem. Só precisa “desacelerar” um pouquinho os dedos.
A: Então. A fobia está perfeitamente adequada. Mas onde está a poesia? A cantiga inicial pode ser considerada apenas uma readaptação.
catarinacunha2015
3 de junho de 2015
Amo gatos e me diverti bastante com este conto. Tem uma pegada boa na construção das frases subvertendo as regras e criando um clima bem fóbico.
Daria um bom curta. O poema está sofrível. Deve ter sido essa a intensão.
Rogério Germani
3 de junho de 2015
Olá, autor(a)!
“Um dia sem rir é um dia desperdiçado.”
Charles Chaplin
Vamos à análise do texto.
Pontos fortes
1- Bom humor explícito cativa desde o início do conto.
2- Técnica muito bem aplicada para manter o ritmo acelerado da trama.
Pontos negativos
1 Faltou revisão em alguns pontos do texto:
“Segurou a porta do elevador até que eu chagasse;”
= chegasse
“As pessoas me olhavam como seu eu fosse um anormal.”
= se eu
“Fique agitado e confuso.”
= Fiquei
2- “Ela de socorrista também!”
A frase ficou incompleta.
3-A paródia inicial não lembra um poema… Já que teria que ser um poema inédito para o desafio, a única parte original é esta:
“Puxei o revolver ver
Atirei nelê lê
E o gatô tô
Morreu reu reu”
Parabéns pelo conto e boa sorte!
 
Jowilton Amaral da Costa
2 de junho de 2015
Gostei muito. A narrativa tem um fôlego impressionante, é ágil, alucinada é o melhor termo. A fobia foi mostrada com muita precisão e humor. Perto do fim, acho que está faltando uma palavra no trecho “… Ela de socorrista também.”. Imagino que o certo seria assim “Ela tem curso de socorrista também. Essa Milena num é maravilhosa?”. Parabéns e boa sorte..
 
Sidney Muniz
1 de junho de 2015
Divertido demais!
A fobia está clara, e a associação com a candidata é perfeita. O que não gostei foi da paródia, não sei bem se se enquadra como poesia, sim, talvez se enquadre, mas esperava por algo mais original (mas sim, é original).
Bom isso e o final foi o que me desagradaram. Esperava um pouquinho mais desse final, que tivéssemos um desfecho acerca do que acontecera com ele e a Milena, ela continuaria trabalhando lá? Qual seria a solução? O início do conto sugere que ela já trabalha com ele a mais tempo, talvez seja isso.
Quanto a língua pátria está muito bem aplicada.
A narrativa é bem interessante.
então estica um pouco a figura – acho que poderia evitar essa repetição de figura.
demorei para ver se ela desistia, só que não. – é uma gíria que me lembra a minha filha, só que não… haha, ela adora isso.
No mais desejo sorte a você no desafio e parabenizo pela originalidade, foi um tiro certeiro!
Boa sorte no desafio!
Carlos Henrique Fernandes Gomes
1 de junho de 2015
Simpatizei-me com o conto antes de ler! Também odeio gatos! Nem tanto a ponto de enfartar! Só pelo objeto da sua fobia já merece um 10, mas… Vai levar um 9 porque não gostei da secretária feia e não enfartei junto você! Até andei rápido, mais rápido e mais rápido ainda. Corri. Quase não consegui ler porque odeio gatos mesmo! Ponto positivo para o pseudônimo que é o nome do 3º disco do guitarrista norte americano Ted Nugent e sou fã dele. Mas essa secretária feia…
 
Carlos H F Gomes
Enviado por Carlos H F Gomes em 14/06/2015
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