O amigo Zé do Bode, foi velar o amigo Bonfim; e lá no interior das Minas Gerais, na pequena cidade de Caiana,usa-se o ditado quando morre alguém: "VAMOS LÁ BEBER O DEFUNTO"! E aconteceu, que no velório do finado acima citado, o Campo Santo,conhecido também, como Terra do Pé junto, Morada dos Mortos, ou na maioria como Cemitério, algo inusitado aconteceu. Foi então, que na pacata cidade, o lugar do "último adeus", cercado de árvores frondosas, sem vizinhança aos arredores, apenas uma capela mortuária, para capacidade de abrigar no máximo 02(dois)velórios por vezes; sem iluminação suficiente, difícil acesso, aléias em declives e aclives, sepulturas velhas em estado precário, covas rasas com erosões, nada de agradar alguém naquele lugar sombrio. Daí, não mais do que setenta pessoas em homenagem ao de cujus. Foi escurecendo, e também diminuindo os amigos e familiares no local.Quando foi cruzando os ponteiros do relógio faltando alguns minutos para as 24:00h(meia-noite), do dia 13 de Junho de 2013, inverno,muito frio, o inesperado acontece;apenas 13(treze), pessoas resolveram passar a noite naquele lugar macabro. Ali, Zé do Bode, contava piadas, causos de um, e de outro, e dele mesmo;muitos risos, gargalhadas do lado de fora, e muito choro, para quem estava alí como ente-querido do finado Bonfim. Só que Zé do Bode, tinha uma cachaça de marca patenteada:CACHAÇA DO BODE! Poucos alí entendiam o significado daquele nome naquela água que gato não bebe, e perú fica tonto pra morrer, e ser humano, faz palhaçada sem sentir;é a MARVADA DA PINGA! Onde o sóbrio vira ébrio, e acha que chuva é goteira, e sua cabeça depois de uns tragos, vira telhado.Zé do Bode, levou apenas 10(dez)litros desta água destilada, para alguns amigos e companheiros de copo beberem o defunto.Surge uma rajada de ventos, árvores soltava folhas secas, galhos tombavam, o vento zunia, assobiava, o frio, o lugar, tudo ficou esquisito naqueles minutos noturnos no cruzamento dos ponteiros. O que eles não esperavam, era o vento forte, os dispersos que foram embora, e o aparecimento do pai de santo, João macumba, que as sextas-feiras, fazia suas obrigações religiosas no Cemitério naquele horário. E João macumba, com seus 07(sete)filhos de santo, traziam marafa(cachaça), galinha preta e farofa, para seus rituais.Até que além, da ventania, do frio, de um tambor e cantos espirutais(pontos de macumba), aos pés do cruzeiro, com velas acesas nas cores pretas, vermelhas e branca; um amigo de Zé do Bode, Neca pé-de- cana, saiu da capela, e não perceberam os amigos e familiares do finado, que ele foi deitar numa sepultura vazia ao lado de outras sepulturas, que não dava para vê-lo perto do cruzeiro.Deu meia-noite e meia, o trabalho ubandista começou; João macumba, homem do corpo fechado, que incorporava os espítitos dos mortos, foi uma comédia. Incorporado com uma entidade chamada exú caveira, despertando há poucos metros do velório de Bonfim, a curiosidade das pessoas, naquele trabalho espiritualista, numa situação de arrepiar os cabelos.De repente, o som do tambor foi aumentando, os cânticos também, e a ventania cessando; o inusitado aparece: LEVANTA DA SEPULTURA ANTES INVISÍVEL, NECA PÉ-DE-CANA...barbudo, desdentado, palitó preto, chapéu de batalha, camisa para fora da calça, cueca samba canção aparecendo, cabelo e bigode por fazer, e com um crânio da sepultura nas mãos;estão cantando pra mim? Não sabem que sou uma alma penada?Cadê meu saravá?Cadê minha marafa? Do velório, não ficou ninguém para contar o caso!João macumba e seus filhos de santo, naquele momento, correram tanto, que eles esquerceram de tudo, viravam cambalhotas morro abaixo; e diziam:chamem o padre Bento, chamem o pastor Salvador; o negócio ficou feio! O NECA PÉ-DE-CANA, disse: essa CAÇHAÇA DO BODE, levanta até defunto!No dia seguinte, na parte da manhã, o corpo do Bonfim, fora do caixão, a Capela toda revirada; o único presente ao lado de tudo aquilo, só encontrava-se o NECA; Zé do Bode, não entendendo nada, ainda no caminho de volta, encontra um bode preto no meio da estrada...ele estava tão assustado, sem saber o que falar;gritou para o bode:SOIS?
O bode, béeeeee!Depois dessa, deixa eu tomar mais um trago, cruz credo...correu tanto cambaleando que acordou no dia seguinte na calçada onde ficava à Casa dos Bodes.'.
O bode, béeeeee!Depois dessa, deixa eu tomar mais um trago, cruz credo...correu tanto cambaleando que acordou no dia seguinte na calçada onde ficava à Casa dos Bodes.'.