O cachorro goleiro
Desde menino gosto de futebol. Minha infância foi assistindo o Juventude. Time de minha cidade que me dava prazer de apreciar um bom futebol.
Fião, o grande goleio, Geovane na zaga, Geraldo o lateral direito, dentre outros...
E Antonio Carlos, o perna torta. Como era bom ver seus dribles desconcertantes, e seus gols inesquecíveis. Coisa de seleção brasileira.
Um dia, em um jogo memorável, logo nos primeiros cinco minutos, Giovane rasga na zaga, abre para Geraldo que toca no meio para o armador, e só desvia para Antonio Carlos.
Do meio de campo, o centroavante de minha infância, dribla um, dois e fica ele e o beque. Dá um rabo de vaca no beque, chapela o goleiro, e se prepara para estufar as redes.
E nisto, um cachorro da raça buldogue, destes de rua mau cuidado, passa na hora. Ele chuta forte, a bola bate no cachorro, e o goleiro dá um pulo e faz uma ponte para pegar a bola.
Deus uma raiva do cão, mas que pelo fato de no campo municipal não ser cercado, entravam e saiam cachorros o tempo todo.
E na rádio da cidade vizinha era o que se comentavam:
- “Que defesa do cão goleiro”.
Até se esqueceram que o Juventude ganhou. E eu nem me lembro do placar. Mas do cão tirando a bola do fundo das redes, me lembro muito bem.