Comida na cueca

O mesmo querendo aplicar a máxima comigo que “quando não pode vencer um inimigo, junte-se a ele”, convidou-me para almoçar com sua família.

A esposa era totalmente diferente dele, educada, paciente, atenciosa, uma lady.

Sentamos á mesa, muito chique por sinal, os pratos arrumadinhos, talheres ao lado. E a refeição, toda chique, bem preparada, cheirosa e apetecente ao olha.

A mesa era redonda na sala de jantar, de modo que eu fiquei á frente da filha deles, uma pré-adolescente, e o Pedrão ficou de frente sua esposa.

Ele convidou-me à dar graças. Ao que fiz de modo memorável, pois considerei cada detalhe de sua esposa detalhista e prestativa.

Quando disse ‘amém’, o Pedrão deu um espirro tão grande que bateu a cabeça no seu prato, que estava cheio nesta altura, subindo toda comida na sua esposa, dentro do seu colo, e parando comida até na cueca dele, descendo por suas costas.

Parecia câmera lenta, mas me contive na hora para não rir. Mas depois entre os amigos, fui maledicente com aquela história fantástica do Pedrão.

Nunca me esqueço de nem um grão se quer de arroz subindo pelas costas e descendo pela cueca afora daquele meu amigo desajeitado e sua esposa toda delicada.

É claro que ele ficou chateado comigo, mas ‘a gente perde o amigo, mas não perde a piada’. Há, há, há, há, há, há, há...

Beto Lisboa
Enviado por Beto Lisboa em 03/05/2015
Código do texto: T5229509
Classificação de conteúdo: seguro