Nandinho fazia parte de uma Escola de formação de menestréis. Não era um aluno dos mais brilhantes, mas tinha uma paixão fervorosa por poesia — era conhecido por seus poemas longos, cheios de trocadilhos e jogos de palavras.
Um dia Nandinho viajou com a sua turma para participar do Curso de Integração da Escola, onde receberia o diploma do primeiro módulo. O Curso ia ser realizado em um Hotel Fazenda. Durante o dia, assistiriam algumas palestras; à tarde, aconteceria um animado sarau e à noite, haveria um concurso de poesias no salão de baile do hotel, onde os candidatos declamariam seus poemas em meio a um jantar à luz de velas.
Iniciado o evento em questão, eis que surge o diretor da escola de menestréis: todo elegante e pomposo com seu terno branco! Após longo discurso de recepção aos candidatos, convida-os, um a um, para que viessem a frente e declamassem suas poesias.
Eles tinham que subir uma escadaria branca, com um guarda-corpo balaustrado, todo enfeitado com panos de seda e rosas amarelas. Punham-se em um patamar no meio da escadaria, e , dali mesmo, sem microfone, declamavam seus poemas — uns mais emotivos, outros mais teatrais, outros mais reflexivos, e Nandinho ali saboreando seu prato e também sua taça de vinho a fim de aplacar seu nervosismo.
Após longos aplausos do anterior candidato, é chegada a hora de Nandinho: ele sobe confiante a linda escadaria branca, respira fundo encara sorrindo a platéia e se põe a declamar o poema que ele fez em homenagem ao curso que todos participavam. Era assim....
“Integração
Íntegra ação
Ação íntegra
Integrar a ação
Integrar-se em ação
Integração,
Entregar a ação
Integrar-se em ação
Entregar-se em ação
Integrar-se
Entregrar-se
(...)
(E por aí Nandinho continuava: fazendo todos os trocadilhos possíveis!)
Após a declamação, é largamente aplaudido. Ele sai sorridente e ciente de que fizera uma ótima apresentação.
No entanto, o resultado final não fora muito justo para Nandinho: um reles sétimo lugar em meio a doze participantes (nem mesmo uma menção honrosa). Mas seu poeminha pelo menos foi publicado na revista da escola de Menestréis.
Após este dia, sua poesia nunca mais foi esquecida — se não foi premiada pelo menos virou motivo de piada! Onde quer que nos reuníssemos, Nandinho passou a ser alvo de chacota! Quando o assunto faltava, alguém começava a caçoá-lo:
— “Integração, ação íntegra!!!”
E algum outro continuava:
— “Íntegra ação, integrar a ação!!
E era sempre assim, a turma não lhe dava paz! Até que um dia quando almoçávamos no sítio do Haroldo, em meio ao silêncio que reinava, em certo momento Carlinhos começou a imitá-lo:
— “Integração, íntegra ação!”.
E Raquel continuava:
—“Ação íntegra, integrar a ação...”
E era aquela gozação desenfreada com o pobre do Nandinho, que naquele momento fazia a sua refeição totalmente constrangido, sem falar nada! Alguém continuava:
“Integração, entregar a ação...” (dava dó!)
E Paulinho pra finalizar:
— Integração!
— Entregar a ação...
— "Entregador de ração!!!”
Um dia Nandinho viajou com a sua turma para participar do Curso de Integração da Escola, onde receberia o diploma do primeiro módulo. O Curso ia ser realizado em um Hotel Fazenda. Durante o dia, assistiriam algumas palestras; à tarde, aconteceria um animado sarau e à noite, haveria um concurso de poesias no salão de baile do hotel, onde os candidatos declamariam seus poemas em meio a um jantar à luz de velas.
Iniciado o evento em questão, eis que surge o diretor da escola de menestréis: todo elegante e pomposo com seu terno branco! Após longo discurso de recepção aos candidatos, convida-os, um a um, para que viessem a frente e declamassem suas poesias.
Eles tinham que subir uma escadaria branca, com um guarda-corpo balaustrado, todo enfeitado com panos de seda e rosas amarelas. Punham-se em um patamar no meio da escadaria, e , dali mesmo, sem microfone, declamavam seus poemas — uns mais emotivos, outros mais teatrais, outros mais reflexivos, e Nandinho ali saboreando seu prato e também sua taça de vinho a fim de aplacar seu nervosismo.
Após longos aplausos do anterior candidato, é chegada a hora de Nandinho: ele sobe confiante a linda escadaria branca, respira fundo encara sorrindo a platéia e se põe a declamar o poema que ele fez em homenagem ao curso que todos participavam. Era assim....
“Integração
Íntegra ação
Ação íntegra
Integrar a ação
Integrar-se em ação
Integração,
Entregar a ação
Integrar-se em ação
Entregar-se em ação
Integrar-se
Entregrar-se
(...)
(E por aí Nandinho continuava: fazendo todos os trocadilhos possíveis!)
Após a declamação, é largamente aplaudido. Ele sai sorridente e ciente de que fizera uma ótima apresentação.
No entanto, o resultado final não fora muito justo para Nandinho: um reles sétimo lugar em meio a doze participantes (nem mesmo uma menção honrosa). Mas seu poeminha pelo menos foi publicado na revista da escola de Menestréis.
Após este dia, sua poesia nunca mais foi esquecida — se não foi premiada pelo menos virou motivo de piada! Onde quer que nos reuníssemos, Nandinho passou a ser alvo de chacota! Quando o assunto faltava, alguém começava a caçoá-lo:
— “Integração, ação íntegra!!!”
E algum outro continuava:
— “Íntegra ação, integrar a ação!!
E era sempre assim, a turma não lhe dava paz! Até que um dia quando almoçávamos no sítio do Haroldo, em meio ao silêncio que reinava, em certo momento Carlinhos começou a imitá-lo:
— “Integração, íntegra ação!”.
E Raquel continuava:
—“Ação íntegra, integrar a ação...”
E era aquela gozação desenfreada com o pobre do Nandinho, que naquele momento fazia a sua refeição totalmente constrangido, sem falar nada! Alguém continuava:
“Integração, entregar a ação...” (dava dó!)
E Paulinho pra finalizar:
— Integração!
— Entregar a ação...
— "Entregador de ração!!!”