QUEIMADA DE OVOS
 
Meu cunhado Roberto era louco por doces.
Sua mãe , Dona Gemyne, era uma doceira de mão cheia.
Roberto era um solteirão convicto e morava com a mãe em São Paulo. Após a aposentadoria, comprou um pequeno sítio em Bragança Paulista e lá construiu uma casa bonitinha, daquelas de madeira, pré-fabricada, um chalé.

Organizou o sítio com muito capricho, com horta, belo jardim e pomar. Um brinco!

Gostava Roberto de passar fins de semana no sítio e, de uma feita, ficou com vontade de comer um doce e foi até a venda, o comércio mais próximo, e comprou uma dúzia de ovos para fazer um que vira sua mãe preparar, a Queimada de Ovos, bem calórico, mas muito gostoso.

Acontece que Roberto nunca havia feito um doce na vida. Lá foi ele para a cozinha munido de um pacote de açúcar e a dúzia de ovos, para uma aventura com desfecho incerto. Quebrou os ovos e os colocou todos de uma vez na frigideira, com uma boa quantidade de açúcar, a olho, como se diz. Toda doceira sabe que os ingredientes certos, suas quantidades, a regulagem do fogo e o tempo para dar o ponto são básicos para a bom resultado da empreitada.

É claro que a tentativa resultou no mais completo desastre, com o agravante de que Roberto ficou com o fogão todo sujo e a panela com os ingredientes totalmente queimados, difíceis de lavar. Foi literalmente uma "queimada" de ovos.

Enquanto ele tentava colocar a cozinha em ordem, eis que chega seu primo Lício, que vendo toda aquela bagunça e ouvindo o relato de Roberto, aconselha:


"Roberto, minha mulher é doceira profissional e sempre diz que a Queimada de Ovos é um dos doces mais difícieis de fazer. Acho que você não deve tentar de novo, você não é do ramo!"
Aloysia
Enviado por Aloysia em 08/12/2014
Reeditado em 10/12/2014
Código do texto: T5062598
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