A Formatura.

Estava tudo pronto para aquele lindo dia. Era um dia tão esperado para a turma do terceiro ano do segundo grau. Era o momento de receber o grau tão sonhado. Era o melhor dia.

João, um dos alunos bem disciplinar, era o encarregado de fazer o discurso de despedida. Ele era muito sério, de pouco sorriso, mas suas notas eram tão boas que já o colocava no curso de medicina, sonho que ele buscara em sua vida.

Pedro, como sempre, bom aluno, mas meio desleixado com os estudos, principalmente com suas notas, mas era um formando muito simples, gostava de brincar com todos, era muito alegre. Coube-lhe fazer o juramento da turma.

A cerimônia começava com muita pompa. Estavam presentes as autoridades do município, incluindo o sr. Prefeito, sua esposa, os vereadores, o diretor da escola, a superintendente estadual de educação, o juiz, o promotor, os padres, enfim, outras autoridades não mencionadas, porque era de muita expectativa, pois era a primeira turma que estava formando naquele município.

Os alunos entraram ao som da música do grupo Era. Palmas, gritos, sorrisos, enfim, vivendo aquela harmonia que as pessoas recebem um grau de conclusão sabe distinguir.

Neste momento, a cerimônia foi aberta. O sr. Prefeito, como sempre, iniciou seu discurso. Era, também, o paraninfo da turma.

Ele começou seu discurso, desta forma:

- Meus senhores e senhoras...

Pedro completou bem baixinho:

- Dívidas nas penhoras...

O prefeito :

- Com muito amor e carinho...

Pedro:

- Ele quer um carrinho...

Sempre fazendo assim. Quem estava perto, segurava o máximo para não rir, mas era impossível, até quem estava na mesa, queria rir, mas tinha que segurar.

Assim, foi todo o seu discurso. Quando acabou, foi a vez do diretor, do juiz, do supervisor...

Sempre Pedro fazendo rimas nos discursos.

Chegou a vez da cerimônia de juramento. Como Pedro tinha esquecido parte do discurso, pediu ajuda para João, que se prontificou em ajuda-lo, mas também não sabia ao certo, mas deu-lhe muita força para fazer uma bela cerimônia.

A cerimônia estava sendo realizada no cinema da cidade. Era lá o palco de todas as apresentações. Era um lugar meio rústico, iluminação, mais ou menos, mas fazia divisa com um depósito de um mercadinho. Neste depósito estava cheio de gêneros alimentícios e de vez em quando apareciam ratos e baratas.

Quando Pedro foi chamado para fazer o juramento, a turma ficou de pé. Florimar, o fotógrafo da cidade, não queria perder um segundo dos momentos históricos. Pôs-se em sua posição e iniciou os trabalhos de fotografia.

Pedro, no uso da palavra, iniciou:

- Eu juro, no cumprimento de meu dever de estudante, que falarei todas as verdades, sem doer a quem queira. Ser verdadeiro em minhas opiniões, ser um aluno disciplinar, de fazer o bem. Juro, também, falar e dizer somente a verdade... Que daqui onde estou, fazendo este juramento, para cumprir dizer a verdade, estou vendo um rato próximo ao pé da Sra. Primeira dama da cidade, a Sra. Lulu, que tem dois filhotinhos de ratos no gorro do diretor da escola, que existem duas baratas subindo no paletó do Sr. Juiz, que o presidente da câmara, neste momento, está pisando em uma barata e que o Sr. Promotor de justiça acaba de ser acertado, na cabeça, por uma “merda” de pombinha, que está voando em círculos...

Foi um alvoroço. Pessoas gritando, homens pulando, alunos rindo, fotografo registrando tudo.

Na outra semana, até o Faustão exibiu a matéria.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 07/12/2014
Código do texto: T5061827
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.