O FUNCIONÁRIO CORRUPTO
Uma empresa multinacional alemã estava implantando uma nova fábrica em Curitiba e trouxe para cá dois executivos que iriam dirigir o novo empreendimento. Eles aqui se estabeleceram com sua famílias. Eram Klaus e Friedrich e tinham vindo da região da Bavária. Eu os conhecí quando procuravam um professor ou professora de português, pois não falavam a língua.
Como eu já trabalhava como professora de inglês e português, passei a lhes dar aulas particulares. Eles não podiam participar de cursos regulares devido aos compromissos de trabalho.
No início tive de usar um pouco o inglês, que ambos falavam, para facilitar a comunicação. Mas, com o tempo, o desempenho desses Srs., já na casa dos 65 e 45 anos, me surpreendeu. Eram alunos inteligentes e dedicados. Logo passei a lecionar também para as esposas que tinham muita dificuldade com o português.
Como tinha muito contato com as famílias, surgiu uma amizade que foi se consolidando num convívio interessante e agradável. Aprendi muito sobre os costumes, o modo de vida e o caráter do povo alemão.
A implantação da indústria seguiu seu curso e Klaus, o CEO, ou Diretor Geral, trouxe de Blumenau um brasileiro, filho de alemães para atuar como contador da empresa. Esse cidadão ficou responsável por toda a parte financeira do empreendimento.
O tempo foi passando e eu já não era mais professora deles, que tinham aprendido a língua e não precisavam mais de meus serviços.
Um dia, por acaso, passando em frente a uma banca de revistas, vejo estampada a manchete num jornal da cidade:
EXECUTIVO ALEMÃO SE SUICIDA COM UM TIRO NA CABEÇA.
Para meu espanto lá estava a foto de Klaus. Fui ler a matéria e descobri que havia cometido suicídio porque o contador que ele trouxera para a firma e no qual depositara toda a sua confiança, tinha cometido um desfalque de grandes proporções na empresa e ele, sentindo-se responsável e terrivelmente envergonhado, havia preferido atentar contra a própria vida.
Klaus era um alemão da velha guarda, correto, íntegro, e que não admitia deslizes desse tipo. Havia sido oficial do exército alemão na segunda guerra mundial. Fora aprisionado pelos russos e na Sibéria penara em serviços forçados. Milagrosamente havia sobrevivido.
A ironia do destino é que tenha vindo morrer dessa forma, no Brasil, por causa de um brasileiro corrupto.
Uma empresa multinacional alemã estava implantando uma nova fábrica em Curitiba e trouxe para cá dois executivos que iriam dirigir o novo empreendimento. Eles aqui se estabeleceram com sua famílias. Eram Klaus e Friedrich e tinham vindo da região da Bavária. Eu os conhecí quando procuravam um professor ou professora de português, pois não falavam a língua.
Como eu já trabalhava como professora de inglês e português, passei a lhes dar aulas particulares. Eles não podiam participar de cursos regulares devido aos compromissos de trabalho.
No início tive de usar um pouco o inglês, que ambos falavam, para facilitar a comunicação. Mas, com o tempo, o desempenho desses Srs., já na casa dos 65 e 45 anos, me surpreendeu. Eram alunos inteligentes e dedicados. Logo passei a lecionar também para as esposas que tinham muita dificuldade com o português.
Como tinha muito contato com as famílias, surgiu uma amizade que foi se consolidando num convívio interessante e agradável. Aprendi muito sobre os costumes, o modo de vida e o caráter do povo alemão.
A implantação da indústria seguiu seu curso e Klaus, o CEO, ou Diretor Geral, trouxe de Blumenau um brasileiro, filho de alemães para atuar como contador da empresa. Esse cidadão ficou responsável por toda a parte financeira do empreendimento.
O tempo foi passando e eu já não era mais professora deles, que tinham aprendido a língua e não precisavam mais de meus serviços.
Um dia, por acaso, passando em frente a uma banca de revistas, vejo estampada a manchete num jornal da cidade:
EXECUTIVO ALEMÃO SE SUICIDA COM UM TIRO NA CABEÇA.
Para meu espanto lá estava a foto de Klaus. Fui ler a matéria e descobri que havia cometido suicídio porque o contador que ele trouxera para a firma e no qual depositara toda a sua confiança, tinha cometido um desfalque de grandes proporções na empresa e ele, sentindo-se responsável e terrivelmente envergonhado, havia preferido atentar contra a própria vida.
Klaus era um alemão da velha guarda, correto, íntegro, e que não admitia deslizes desse tipo. Havia sido oficial do exército alemão na segunda guerra mundial. Fora aprisionado pelos russos e na Sibéria penara em serviços forçados. Milagrosamente havia sobrevivido.
A ironia do destino é que tenha vindo morrer dessa forma, no Brasil, por causa de um brasileiro corrupto.