Anacleto Xoxoto (finalmente no final... ou não.)

De manhãzinha, dona Litinha procurou o padre Ding Ying, e comunicou-lhe o caso. O padre reuniu os fiéis e convocou Anacleto para a reunião. E foi lá no salão paroquial onde tudo aconteceu. No meio da entrevista bem vista e benquista por todos ,Anacleto revirou os olhinhos e já ia rebolar quando o padre o deteve.

E com os olhos esbugalhados o padre indagou: - “Por Zizuis !Que significa içu nô!? “ E Xoxoto começou a se requebrar, colocando a mão na cinturinha e dava pulinhos feito um sapinho bem feliz. Nessa hora o padre levantou a batina bem surradinha e começou a fazer umas esquisitises que ninguém entendeu. Ali estavam Anacleto e o padre Ding Ying rebolando com mil trejeitos, que jeito, que pleito, que sucedeu?!

Bem, o padre puxou um banquinho e chamou uma das cambonas da platéia para assessorá-lo. O padre estava recebendo uma índia-velha Curuminha para o espanto daquele povo. Deu umas baforadas num cachimbo e chamou Xoxotinho pra sentar-se ao seu lado. E começou a sessão: - “Vezu e plevezu que suncê num gosta da fluta né?” Podi falá cum vovó né?” falava a voz suave daquela vovó. Nisso, o padre, melhor, a vovó, ah, não, a Curuminha velha, não, não espera, ah, vocês entenderam né? Pois bem, o padre deu umas boas baforadas no Xoxotinho louco e para a aprovação de todos veja o que realmente aconteceu.

No meio daquele salão nada paroquial , mas, macumbal e atemporal, surgiu a resposta “praquilotudo” Xoxoto fora abduzido por seres extraterrestres, e ao simples toque do controle remoto da nave espacial, ele obedecia à todos os comandos como um títere maluco-beleza assim como o Raul.

E depois de alguns passes e muito água benta rezada com folhinhas de arruda e comigo-ninguém-phode, o sujeito Xoxoto virou “maxosimsinhô” E novamente o povo o aplaudiu de pé, o pároco o beijou (ainda com a bendita vovó na carcunda, avéia não quiria subi di jeito manêra). E dona Litinha, a “pró-nadamitida” beijou-lhe muito feliz e deveras satisfeita... e pensou: hoje tem!

A festa foi até o cair da noite, o povo todo retumbante, apaixonante, latente e saltitante dançavam agora ao som de La Isla Bonita, da Madonna. Cantada por quem? Nada mais nada menos pelo padre Ding que ainda estava com a vovó índia-velha-curuminha na cacunda.

Vejam só!

“Last night I dreamt of San Pedro

Just like I'd never gone, I knew the song

A young girl with eyes like the desert

It all seems like yesterday, not far away “

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 28/11/2014
Reeditado em 28/11/2014
Código do texto: T5051596
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.