O GUARDIÃO DAS FOTOGRAFIAS (um conto de recordação)

Um dia desses, numa bela e encantadora tarde de domingo, pedalando em minha GTS, na ciclovia da Avenida Bezerra de Menezes, sentido centro de Fortaleza, lembrei-me dos anos que passei na faculdade de história e de uma disciplina em especial, chamada Ensino da História. Bons tempos aqueles!

Como esquecer a notabilíssima professora Nilda Virgínia que, com sua sapiência e amor pela arte de educar, dissertava a respeito das inúmeras possibilidades de se trabalhar com a fotografia em sala de aula? Impossível, pois era como se o tempo não passasse, tamanho o encanto da viagem que fazíamos através das férteis imaginações que nos sobrevinham de assalto.

Encantado com o universo mágico desse simples, porém poderoso instrumento de recordação, percebi sua real importância para a preservação da memória histórica familiar, cultural, geográfica e de outros aspectos. Sim, a fotografia nos proporciona histórias fascinantes!

Durante as semanas que se passaram, não somente aprendi a dar uma boa aula, como também o valor da família.

Mas, naquela tarde em que vencia o tempo e a distância em minha bike, passando em frente à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará, a imponente imagem de meu velho e saudoso pai, apareceu-me como numa tela imaginária diante dos meus olhos. Foi como se o visse em seu costumeiro ato de juntar fotografias da família e expô-las na parede da sala. Que saudade senti!

O tempo passou, o face book chegou, a tecnologia se superou e o hábito de juntar fotografias findou.

Pouco se vê alguém com essa prática. Os álbuns já não existem mais!

Fotos? Estão todas salvas no computador, no tablet ou no celular, mas cá entre nós, emoção igual a que tínhamos folheando os antigos álbuns, como fazia meu paizinho, está pra existir!

Que saudade de Athayde Ramos, o guardião das fotografias.

NOTA: Escrevi este conto em Homenagem ao meu querido pai que enfrentou o câncer por onze anos e partiu como guerreiro no final de dezembro de 1993. No dia 13 de janeiro de 1994, quando dele me lembrava, com tristeza, escrevi minha primeira poesia, e de lá para cá nunca mais parei de compor meus versos, escrevendo, posteriormente, crônicas motivacionais, sociopolíticas e humorísticas, além de contos, pensamentos, artigos diversos, romance e ficção científica. Anos após sua morte, com a idade de 36 anos de idade, entrei na faculdade e me formei em história e, posteriormente, me especializei em educação infantil e ensino fundamental, história do Brasil, Neuropsicopedagogia e educação especial e inclusiva com ênfase em deficiência intelectual e múltipla, além de me formar em pedagogia e estar cursando jornalismo. No dia 18 de outubro (2014), tomei posse na Academia de Letras Juvenal Galeno, em Fortaleza, passando a ocupar a Cadeira de Nº 38, tomei posse também como membro honorário na Academia Aracatiense de Letras.

Consegui meu registro de Jornalista, na função de colaborador, pelo Ministério do Trabalho do Ceará. Me associei à Associação Cearense de Imprensa - ACI. Publiquei, no dia 27 de outubro (2014) meu livro gênero: romance /ficção científica, intitulado "Viagem no Tempo: Agonia do Planeta Terra", e o livro “Poemas em Cinco Faces”, em coautoria com quatro escritores daqui do Ceará.

Quantas conquistas que eu gostaria de compartilhar com ele, mas ele se foi, porém guardo-o nitidamente em minhas lembranças e procuro sempre em minhas atitudes diárias, honrar seu nome.

Obrigado, meu pai por tudo que o senhor representou e representa para mim. O amo muito e tenho orgulho de ser seu filho.