O DIA EM QUE A PAPA DEFUNTO CAIU DENTRO DA COVA
Zinha é uma octogenária, evangélica fiel. Leva ao pé da letra a passagem da bíblia que fala sobre consolação,” consolai consolai aos que choram”;diz ela. Creio que é por isso que zinha gosta de um velório. Se morrer algum conhecido La esta ela chorando junto à família e se no cemitério tiver dez velórios Zinha passa em todos, mesmo sem conhecer as famílias dos mortos entra chora e consola. Um dia em que morreu um irmão da igreja La foi ela consolar. Chegou cedo abraçou a viúva os filhos ficando ali ate o sepultamento do irmão. “Chovia muito neste dia e por essa época as covas tinham sete palmos de fundura e no momento em que todos despediam do morto cantando o hino” La vai ele” aconteceu um acidente. Zinha tinha chegado muito perto da boca da cova, foi quando ela desequilibrou e pronto escorregou cova adentro, ela desesperada gritava” satanás dos inferno você não me leva esta repreendido em nome de Jesus” o povo não vendo o acontecido continuava cantando o refrão do hino”lá vai ela La vai ela”.foi quando o pastor interrompeu a cantoria pedindo aos coveiros que içassem a irmã Zinha que saiu da cova toda suja de lama e uma dentadura do ultimo morador presa a sua saia. Sr Geraldo seu marido disse para ela;” esta vendo Zinha isso é que da essa mania sua de consolar os mortos”. Mas Zinha não se emendou e na semana seguinte estava ela no cemitério do Bonfim consolando outros mortos, mas agora bem mais afastada da boca da cova. E o povo cantando”lá vai ele lá vai ele”; Ela bem longe pensava; vai ele que eu não vou mais.