A cuspidinha
Certo domingo, enquanto iniciava os preparativos para o almoço, minha mãe pediu à minha irmã mais nova, que na ocasião tinha 6 anos de idade, para socar o alho com sal para o tempero do costumeiro frango de domingo.
Apesar de ter demorado bastante, dada a tenra idade, minha irmã conseguiu desempenhar bem o papel de “socadora de pilão”, o que agradou muito a minha mãe.
Na hora do almoço, reunida toda a família e mais uma tia em torno da mesa, iniciamos o tão aguardado e nutritivo almoço.
Todos se fartaram e, ao final, quando minha mãe pediu licença para retirar a mesa, visando servir a sobremesa, a minha tia elogiou com veemência o tempero. Minha mãe, procurando enaltecer o trabalho da minha irmã caçula, respondeu: foi a Mariana quem socou. Falando nisso Mariana o que você fez para que o tempero ficasse tão cremoso? A Mariana então respondeu: de vez em quando eu dava uma cuspidinha, para ficar mais macio.
Todos caímos na gargalhada, menos minha mãe, que não sabia o que fazer diante da situação.